Tarcísio decide sumir após prova de fraude
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles
Com uma ligeira vantagem nas pesquisas, o candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidiu se recolher na reta final da campanha, para evitar qualquer derrapada que ameace seu favoritismo sobre o adversário Fernando Haddad (PT) nas urnas no próximo domingo (30/10).
O ex-ministro bolsonarista abriu mão de comícios e passeatas nos próximos três dias para se dedicar à preparação para o debate da TV Globo, na noite desta quinta-feira (27/10), o último confronto direto entre os dois candidatos a governador, e para uma sabatina no SBT na sexta-feira (28/10).
Tarcísio sabe que seu adversário apostará todas as fichas no embate televisivo para tentar virar o jogo. Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político, o ex-ministro cancelou a participação em dois debates e uma sabatina neste segundo turno para não se expor tanto a ataques e tropeços.
Com uma campanha mais conservadora, que repisa propostas mais genéricas e explora o antipetismo na propaganda no rádio e na TV, Tarcísio adotou a máxima futebolística de que, “em time que está ganhando, não se mexe”. Passou a repetir discursos nas agendas externas, como em igrejas evangélicas, e fugir das perguntas incômodas dos jornalistas.
Os fatos novos da semana, porém, tiraram da zona de conforto o candidato que já é tratado como o “novo governador” pelos aliados, que só cresceram desde o início do segundo turno.
Tarcísio foi instado a se manifestar sobre tiros e granadas disparados pelo ex-deputado e aliado Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal que cumpriam um mandado de prisão na casa dele, no último domingo (23/10), e sobre o áudio em que um integrante de sua equipe aparece mandando um cinegrafista apagar imagens do tiroteio que interrompeu uma agenda do candidato na favela de Paraisópolis, na semana passada.
Na terça-feira (25/10), a campanha do ex-ministro bolsonarista acendeu o sinal de alerta com a divulgação da última pesquisa do Ipec, que mostrou um cenário de empate técnico. Segundo o levantamento, Tarcísio tem 52% dos votos válidos contra 48% de Haddad.
Embora acreditem que uma virada agora seja quase impossível – Tarcísio venceu o primeiro turno com 7 pontos de vantagem sobre Haddad e ainda recebeu o apoio do governador e terceiro colocado Rodrigo Garcia (PSDB) –, aliados do ex-ministro querem evitar que o indisfarçável clima de “já ganhou” atrapalhe a campanha, a poucos dias do pleito. A ordem é pedir votos e não falar em partilha de cargos.