Dino convoca imprensa após atos terroristas

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Foto: Cristiano Mariz/ Agência O Globo

Futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-governador Flávio Dino afirmou nesta segunda-feira que não serão tolerados atos de violência como os registrados em Brasília após a prisão de um manifestante bolsonarista pela Polícia Federal. Segundo ele, todos que infringirem a lei serão responsabilizados.

— As medidas de responsabilização já adotadas, as que foram adotadas hoje e que serão adotadas irão prosseguir. Não há hipótese de haver passos atrás na garantia da ordem pública em razão da violência. Estado brasileiro tem o dever de agir — afirmou Dino.

O futuro ministro convocou a imprensa para uma declaração no Centro Cultural do Banco do Brasil, sede da transição, após apoiadores de Bolsonaro queimarem carros e ônibus em Brasília na noite de hoje. O grupo protestava contra a prisão de um indígena que participava de manifestações antidemocráticas.

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Julio Danilo, também participou da entrevista e disse não possuir informações sobre qualquer prisão relativa aos atos de vandalismo na cidade.

Ao lado deles ainda estava o chefe da segurança de Lula e futuro diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Parte dos manifestantes tentou chegar ao hotel em que Lula está hospedado na região central de Brasília, mas foram dispersados pelas forças de segurança. Segundo o delegado, não houve qualquer ameaça ao presidente eleito.

— O presidente cumpriu as suas agendas, tranquilo, e lá permanecerá — disse Andrei.

Dino relatou que conversou cinco vezes durante o dia com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para avaliar a situação de segurança na capital.

— Esses manifestantes confundem a liberdade de expressão com o cometimento de crime. Esta confusão, de uma vez por todas, tem que cessar. Infelizmente, o cumprimento dessa ordem judicial resultou em mais atos de violência — acrescentou Dino.

Já o secretário do DF também reforçou que haverá investigação e responsabilização pelos atos de vandalismo. Questionado se o acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército de Brasília seria desmontado pelas autoridades, já que abriga parte dos manifestantes, ele admitiu que seria necessário “reavaliar” a situação. Ressaltou, porém, que a área está em jurisdição militar.

— Parte desses manifestantes, não significa que são todos, estavam no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for identificado será responsabilizado. Esse acampamento se encontra sob jurisdição militar. E toda atuação, intervenção, tem que ser feita com apoio das Forças Armadas. No caso, lá, o comando do Exército — disse Julio Danilo.

Ele acrescentou:

— A questão da manutenção ou não do acampamento vai ser reavaliada. Mas o acampamento, como disse está em área militar. Tem sido feito o controle dentro do que cabe ao governo do DF. Temos garantido a segurança, o controle de trânsito, da venda de ambulantes. Agora, se for verificado quem esteja envolvido em atos de vandalismo, cometido crime, será responsabilizado.

Dino ressaltou que prisão efetuada em relação ao indígena ocorreu após informações prestadas pela equipe de Lula.

— O delegado Andrei tem ofertado quase que todas as semanas representações sobre condutas. A essa altura, estamos falando de dezenas de representações, que têm resultado em decisões judiciais. Uma das quais é essa, que foi cumprida hoje.

O Globo