Aliados de Lula rejeitam recondução de Aras

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Foto: Antonio Augusto/TSE

O procurador-geral da República, Augusto Aras, atua para ter uma sobrevida no governo de Lula. A primeira opção de Aras é tentar ser reconduzido ao comando da PGR, mas seu nome enfrenta forte resistência de membros do governo e da alta cúpula petista.

A avaliação de nomes como do futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, e da presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, nos bastidores, é que Aras é um símbolo do bolsonarismo e que não há condições de permanecer no posto. Na campanha, inclusive, Lula chegou a dizer que poderia ter escolhido um “procurador engavetador” e não o fez em seus mandatos anteriores.

Aras foi alvo de críticas por sua leniência em relação a Bolsonaro sobre a maneira como o presidente conduziu o combate à pandemia e os ataques que proferiu à democracia e às urnas. Parte do PT, no entanto, o vê como uma opção para seguir na PGR e trabalhou para convencer Lula de seu papel no fim da Lava-Jato. Entre eles estão alguns conselheiros jurídicos do presidente.

Aras sabe que apesar dos recados que enviou à cúpula petista de que adotaria com Lula uma conduta similar à que teve com Jair Bolsonaro, sua chance de se manter no comando da PGR é limitada. Por isso, trabalha para, em paralelo à sua recondução, tentar emplacar um aliado que o suceda. O maior temor do procurador-geral é que o órgão caia nas mãos de algum dos diversos desafetos que angariou nestes anos como chefe da PGR.

Em seus mandatos anteriores como presidente, Lula escolheu nomes da lista tríplice feita por membros do Ministério Público Federal. Em conversas recentes, o petista sinaliza que não retomará esta tradição e que pode adotar uma lista mais ampla, com indicações de outras instituições. Lula tem deixado claro, porém, que quer um nome com respaldo do MPF. O mandato de Aras termina em setembro de 2023.

O Globo