Janja sofre assédio para intermediar aproximações com Lula
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
O beija-mão de pessoas que buscam se aproximar do Palácio do Planalto por meio da primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, tem incomodado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A aliados, ele tem se queixado do tratamento de intermediária concedido por terceiros à mulher, que acumula um histórico de militância no partido.
Pessoas próximas ao presidente afirmaram que Lula tem observado o assédio político em torno da primeira-dama, que se mostra aberta a ouvir novas propostas e a receber quem a procura para conversar.
A estratégia também não passa despercebida pela própria Janja, que é filiada do PT há anos, conhece bem os bastidores políticos e tem feito questão de participar do governo do marido.
A postura ativa em reuniões internas e a influência sobre decisões governamentais têm atraído um grupo de personagens para o entorno da primeira-dama.
Um exemplo bem sucedido avaliado internamente foi o da escolha de um nome forte do Ministério da Cultura sob as bênçãos de Janja. Na ocasião, o novo nome contrariou a própria ministra Margareth Menezes.
As fontes apontam que alguns políticos já orientaram suas esposas a se aproximarem de Janja na esperança de que ela passasse algum recado positivo a Lula. O presidente tem dito que a tática menospreza tanto a sua própria experiência política quanto a de Janja.
As queixas de Lula não se referem à capacidade de articulação política da mulher, que também teve participação na costura do acordo que assegurou a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), no palanque de Lula no segundo turno das eleições de 2022. Segundo interlocutores do PT, Lula tem reclamado de não ser procurado diretamente por quem busca seus favores.