Sob ameaça da extrema-direita, STF terá sucessão polêmica
Foto: Cristiano Mariz
Daqui a algumas semanas, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, deixará a Corte após chegar à idade limite de 75 anos para ocupar o cargo. Contudo, as negociações para definir seu sucessor ou sua sucessora já estavam em curso antes mesmo da posse do presidente Lula. Nos bastidores e em uma entrevista recente à Rede Bandeirantes, o presidente sinalizou que o advogado Cristiano Zanin, que o defendeu nos processos ligados à Operação Lava Jato, pode ser seu escolhido.
Ao mesmo tempo, cresce na sociedade o número de vozes que defendem a escolha de uma jurista mulher e negra, seguindo os passos de Ketanji Brown, a primeira mulher negra a ser indicada à Suprema Corte dos EUA, no caso, por Joe Biden em 2020. Mesmo dentro do governo, alguns minstros, como Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania, e Anielle Franco, da Igualdade Racial, são favoráveis à ideia.
Além da sucessão no STF, o Congresso e alguns ministros do Supremo discutem mudanças no formato da Corte, como a adoção de mandatos fixos para os magistrados. Algumas propostas já circulam na Câmara e no Senado, mas os chefes das duas Casas pregam a moderação, até porque o tema já foi usado por bolsonaristas para atacar o Judiciário no passado. Há ainda discussões, ainda em estágio inicial, sobre a sucessão na PGR: o mandato do atual procurador-geral, Augusto Aras, acaba em setembro, e Lula não confirmou ainda se vai ou não seguir a lista tríplice, elaborada por procuradores federais e que foi ignorada por Jair Bolsonaro.
Para explicar os bastidores das escolhas no Supremo e na PGR, a repórter Mariana Muniz, da sucursal do GLOBO em Brasília, é a convidada desta terça-feira do Ao Ponto.
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