
Pacheco critica bolsonarista do BC
Foto: Joedson Alves/EPA
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), fez um apelo público hoje ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, para que abaixe a taxa de juros no país.
Pacheco discursou em um evento do grupo Lide, em Londres, a empresários e autoridades britânicas e brasileiras. Roberto Campos Netto será um dos palestrantes e estava presente na plateia diante da crítica do presidente do Senado, que se une ao presidente Lula (PT) em cobranças públicas contra o chefe do Banco Central.
Direcionado a Campos Netto, Pacheco disse que “nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”. “A inflação, meu caro Roberto Campos Netto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”.Rodrigo Pacheco, presidente do Senado O presidente do Senado ainda afirmou que o controle do juros precisa de base técnica, mas também “sensibilidade política”. Ele emulou o presidente Lula usando o termo “marola” para definir os ruídos políticos que não podem interferir na gestão dos juros. Em 2008, Lula disse que a crise econômica nos Estados Unidos, se chegasse ao país, seria uma “marolinha”. “E esses ruídos, essas marolas, que tem prejudicado a redução da taxa de juros? Se há um problema temos então que atacar esse problema”Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
Houve um período de trégua de críticas públicas entre Lula e Campos Netto, mas durou pouco tempo. Com a taxa Selic em 13,75%, Lula prometeu não “ficar brigando” com o presidente do BC, mas cogitou alterar a meta da inflação. A diminuição da Selic tem sido uma das prioridades do governo. O controle dos juros é fundamental para o desenvolvimento de programas sociais importantes do governo federal. Assim como Lula, Pacheco também usou a palavra “obsessão” para definir o crescimento do país abaixando a taxa de juros. Há divergências naturais do executivo e legislativo, mas há algo que nos une: é a impressão, o desejo e a obstinação de reduzir taxa de juros no Brasil Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
O presidente do Senado também prometeu aos empresários que a nova proposta de arcabouçou fiscal será aprovada pelo Congresso Nacional ainda no mês de maio. Ele defendeu a proposta, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Essa segurança sobre limites de gastos públicos é muito importante. Temos esse compromisso de responsabilidade fiscal. Apreciaremos com muita rapidez, entregaremos muito em breve”, disse.