Investigação da PGR sobre 8/1 focará em militares

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Foto: REUTERS/Adriano Machado

A PGR (Procuradoria-Geral da República) vai aprofundar as investigações sobre a omissão de autoridades durante os atos golpistas de 8 de janeiro nos próximos dias. O foco dos procuradores agora está nas falhas das forças de segurança, incluindo o envolvimento de militares.

Apuração será aprofundada com relatórios de inteligência. Segundo o UOL apurou, o grupo de trabalho coordenado pelo subprocurador Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações dos ataques às sedes dos Três Poderes, aguardava as cópias de relatórios de inteligência das forças de segurança para turbinar as apurações. O STF deu força à investigação. O ministro Alexandre de Moraes mandou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a Polícia Militar do Distrito Federal enviarem todos os relatórios produzidos relacionados ao 8 de janeiro, além das imagens das câmeras de segurança. O grupo de trabalho vai mirar possíveis omissões dolosas das forças de segurança. O objetivo é identificar de quem partiram as ordens, quem as cumpriu e por que ocorreram falhas no dia da invasão. No caso de militares, o foco será a atuação do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) — sobretudo em relação ao efetivo designado para o Planalto no dia da invasão. Em abril, nove militares da pasta negaram à PF que ter auxiliado manifestantes, mas admitiram falhas no plano de proteção à sede do Executivo.

Coronel disse em depoimento que o risco de periculosidade era “laranja”, o terceiro em uma escala de 1 a 4. Alexandre Santos Amorim, coordenador de Avaliação de Riscos do Departamento de Segurança Presidencial, afirmou ainda que havia “pouca informação disponibilizada” sobre a manifestação, Informes da Abin vão ajudar a aprofundar investigações de autoridades, os documentos alertavam sobre o risco de violência no dia 8 de janeiro em Brasília. Ao todo, foram 19 informes elaborados pela agência entre 2 e 8 de janeiro; as informações foram compiladas e enviadas ao Congresso, mas sob sigilo. Moraes apontou, porém, que não há mais justificativa para o sigilo absoluto. Para o ministro, os informes tratam de fatos consumados e, além disso guardam relação direta com a investigação em andamento.

Os procuradores estudam cruzar dados de transferência de dinheiro entre pessoas que estiveram no quartel-general do Exército para identificar os “cabeças” dos acampamentos. A mira está em quem recebia as doações, às vezes via Pix, para manter as estruturas. Os pontos de repasses incluem empresários e empresas suspeitos de ter contribuído com os atos.

O Supremo já tornou réus mais de 550 dos 1.390 denunciados pela PGR. O grupo foi considerado prioritário nas apurações em razão da urgência do atentado, e também porque a maior parte dos denunciados já estava presa e a defesa precisava saber os motivos pelos quais cada um era investigado. A expectativa da PGR é que o Supremo receba o restante das denúncias ao longo das próximas semanas.

Uol