Bolsonaro facilitou vistos para EUA e este dificultou para nós
Foto: The Milmar Zone/Pixabay
Passado o período mais grave da pandemia, muitos brasileiros voltaram a considerar o antigo sonho de conhecer os Estados Unidos. No entanto, ao entrar no site de agendamento de entrevistas do consulado americano, eles descobrem que garantir mais um carimbo no passaporte exigirá paciência: o tempo de espera para tirar o visto de turismo não para de crescer. De acordo com a última atualização do Departamento de Estado americano, a fila de espera voltou a bater recordes em quatro dos cinco postos do consulado no Brasil. A capital paulista é onde foi registrado o maior tempo, com 610 dias – o equivalente a 20 meses. As filas em Brasília, Porto Alegre e Recife, também sem precedentes, chegaram a 493, 473 e 449 dias, respectivamente. Rio de Janeiro, com 463, já viu esperas mais longas. A última vez que isso aconteceu foi em março, quando o tempo de espera chegou a 18 meses no consulado americano em São Paulo e passou dos 400 dias em Brasília, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. De acordo com as autoridades americanas, o aborrecimento é consequência da pandemia, quando toda essa demanda ficou represada. “É realmente um desafio para a Embaixada, pois há um claro prejuízo para o intercâmbio turístico entre os dois países, impactando diretamente destinos como a Flórida, que tem o Brasil como um dos três países que mais enviam viajantes”, afirma Felipe Alexandre, do escritório de advocacia imigratória AG Immigration. O Brasil não é o único país que sofre com esse problema. Na realidade, ele é o sétimo colocado na lista dos países com as maiores filas. Entre as três primeiras – Bogotá, Guadalajara e Cidade do México – a espera passa dos dois anos. Desde o início do ano, medidas têm sido tomadas pelo para tentar reduzir esses números, como contratação de novos funcionários e criação de horários de atendimento aos sábados. A diminuição, contudo, não será rápida. Em entrevista a Veja, em março, Michael Whipple, assessor para assuntos consulares da Embaixada dos Estados Unidos, disse que a expectativa é que essa situação só se normalize no fim do primeiro semestre. Essas não foram as únicas novidades. Em abril, o Departamento de Estado americano anunciou um aumento de no preço dos vistos de turismo, estudo, negócios, trabalho temporário e investimentos. Nos três primeiros casos, o valor passará de 160 para 185 dólares, cerca de 930 reais. Para os trabalhadores temporários, de 190 para 205 dólares e, para os investidores, de 205 para 315 dólares. As mudanças passam a valer à partir de 30 de maio.