Perícia desmente acusação de Soninha, Goldman e Serra ao PT
Ainda durante o primeiro turno, pane no metrô de SP colocou a população em pânico e gerou insinuações da polêmica Soninha Francine, do governador em exercício Alberto Goldman e do então candidato a presidente José Serra de que o PT estaria por trás do episódio.
Nesta quarta-feira (3/11), surge a notícia de que perícia do Instituto de Criminalística comprovou que a pane foi causada pelo colapso do metrô paulistano, colapso que o governo do Estado de São Paulo conseguiu vender à população local que não é de sua responsabilidade.
Abaixo, reportagens do portal UOL que contam uma história que leva a conclusões altamente desfavoráveis a Serra e Soninha.
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21/09/2010 – 13h54
Coordenadora de Serra, Soninha insinua que caos no Metrô de SP foi “sabotagem” do PT
Do UOL Eleições
Em São Paulo
O tucano Geraldo Alckmin lidera a disputa no Estado, com 48% das intenções de voto, contra 24% de Mercadante, de acordo com pesquisa do Ibope.
A manifestação de Soninha gerou uma onda de protestos no microblog, e os usuários não demoraram a criar correntes com as palavras-chave “DilmafactsbySoninha” e “Soninhafacts”.
“HJ é Dia do Alzheimer. Deve ser por isso q Soninha esqueceu q quem governa SP são os tucanos e não o PT”, escreveu um internauta. “PT foi o responsavel pelo acidente da Challenger em 1986”, anotou outro usuário. Provocada, Soninha respondeu a um interlocutor. “Eu saí do partido [o PT] pq vi o quanto ele é capaz de mentir e sabotar para prejudicar o governo do qual não faz parte”.
Em 2004, a apresentadora foi eleita vereadora na capital paulista pelo PT; em 2008, já fora da legenda, filiou-se ao PPS e disputou a prefeitura de São Paulo. Perdeu, mas ingressou na administração do prefeito Gilberto Kassab ao receber, em 2009, o cargo de subprefeita da Lapa.
Segundo o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), uma blusa foi colocada na porta de um vagão na manhã desta terça para travar seu fechamento.
Com o incidente, as dezoito estações da Linha 3-Vermelha do Metrô ficaram sem funcionar por quase três horas. O tucano classificou o episódio como “estranho”.
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21/09/2010 – 13h18
Governador de SP diz que blusa foi colocada em porta do metrô
Em São Paulo
Uma composição do metrô parou às 7h51 no trecho entre a estação Pedro 2º e a Sé, na Linha 3-Vermelha, quando o trem seguia sentido Palmeiras/Barra Funda, depois que botão de emergência foi acionado. A assessoria de imprensa da companhia explicou que este tipo de incidente não acontece com frequência, porque há uma orientação para que o botão não seja acionado indevidamente, mas, quando isso acontece, o procedimento padrão é parar o trem. Como os passageiros deixaram os vagões pelas saídas de emergência, a energia elétrica da linha precisou ser desligada e isso provocou o enorme atraso nas operações.
Depois de quase três horas de confusão, as dezoito estações da linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo voltaram a funcionar. Segundo informações do diretor de operações da companhia, Conrado Grava de Souza, que conduz a investigação do ocorrido, uma blusa impediu o fechamento da porta do vagão e usuários acionaram o botão de emergência.
Goldman falou sobre o incidente durante inauguração da estação Tamanduateí da linha 2-Verde.
No evento, o diretor de operações do Metrô de São Paulo, Conrado Grava de Souza, afirmou o sistema detectou uma porta aberta e isso paralisou a circulação do trem. Segundo ele, existem gravações que devem ter registrado o incidente. O material está sendo analisado.
A coordenadora da campanha tucana na internet, Soninha Francine (PPS), também aproveitou para associar a paralisação a uma sabotagem. “Metrô de Spaulo tem problemas na proporção direta da proximidade com a eleição. Coincidência? #SABOTAGEM #valetudo #medo”, escreveu em seu Twitter.
Desde o começo de agosto, os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP) apresentaram pelo menos doze problemas que afetaram a circulação de passageiros. Se forem considerados os incidentes registrados apenas de agosto e setembro deste ano, a média de problemas é de um a cada 3,6 dias. Relembre os incidentes recentes.
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03/11/2010
Do UOL
Falha técnica causou pane na linha 3 do Metrô, indica IC
A pane que levou à paralisação por mais de duas horas de 18 estações da Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, prejudicando 250 mil pessoas no dia 21 de setembro, foi provocada por um problema técnico em um equipamento localizado acima das portas dos trens. É o que indica a perícia feita pelo Instituto de Criminalística (IC).
Havia a suspeita de ação criminosa no tumulto em pleno horário de pico da manhã. A direção do Metrô chegou a dizer que uma blusa havia impedido o fechamento das portas. No dia do incidente, o governador Alberto Goldman (PSDB) afirmou que uma sindicância iria apurar se a pane foi acidental ou proposital.
Ele chegou a admitir que falhas recentes no transporte público da Grande São Paulo preocupavam o Estado. E deixou no ar a hipótese de que a paralisação teria sido uma sabotagem, com cunho eleitoral. “Não sabemos a motivação pela qual você encontra uma porta que não foi fechada pela ação de alguém. Se foi casual ou motivado, se foi um acidente ou foi proposital, nós queremos saber.”
Agora, com a conclusão da perícia técnica, Goldman deixou claro que o incidente foi provocado por pane técnica. “Em nenhum momento achei que fosse sabotagem. No trem lotado, alguém encostou no botão de abrir a porta e todos começaram a descer, já que o trem não andava”, explicou, no dia 25. Técnicos do Metrô ainda estudam uma solução para o problema que, em tese, pode voltar a se repetir com a superlotação das composições.
De acordo com o governador, o laudo detalha que a superlotação de uma das composições próximo da Estação Sé fez um equipamento – denominado micro switch – emitir o sinal de porta aberta, para impedir o condutor de movimentar o trem. Esse aparelho deve impedir que a composição saia de portas abertas, mas também pode ser ativado se as folhas da porta forem pressionadas pelos corpos dos passageiros. Como o trem estava superlotado, a porta foi realmente pressionada, o que acionou o sinal.
A mesma superlotação pode ter feito o corpo de algum passageiro encostar no botão de emergência (mais conhecido como botão soco), que permite a abertura das portas enquanto o trem está parado. Em seguida, os passageiros começaram a descer para a linha, o que provocou o desligamento da energia elétrica para proteção dos usuários.
“Aí os trens começaram a parar e todo mundo desceu para a linha”, disse Goldman. No dia 21, o diretor de Operações do Metrô, Conrado Grava de Sousa, havia informado que uma blusa havia impedido o fechamento das portas. Mas a polícia não encontrou nenhum indício de que tenha havido um ato intencional de um sabotador para provocar a pane. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.