Se houve “infiltração” da PM no MPL, a culpa é de Alckmin

Opinião do blog

 

Chega a ser inacreditável que, em plena vigência da democracia, possa ter ocorrido farsa digna de uma ditadura como a que se abateu sobre o Brasil entre 1964 e 1985. A acusação de várias entidades de que os atos de violência de manifestantes durante os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô teriam sido praticados ou insuflados por agentes da Polícia Militar, não pode ficar por isso mesmo.

Pesquisa Datafolha publicada na última sexta-feira pelo jornal Folha de São Paulo deu conta de que 78% dos paulistanos reprovaram os “métodos violentos” do Movimento Passe Livre. Ou seja: a imensa maioria da população de São Paulo pode ter sido induzida a erro por uma ação de cunho ditatorial e, sobretudo, terrorista, ao visar desmoralizar um movimento que, até então, sempre atuara de forma séria e que tinha tudo para se tornar consenso.

Entidades que acusam a PM de ter infiltrado agentes para praticar ou insuflar atos de vandalismo nas manifestações do MPL:

ABGLT- Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

ANEL – Assembleia Nacional de Estudantes – Livre

Consulta Popular

Fora do Eixo

JCUT- Juventude da Central Única dos Trabalhadores

JPT/SP- Juventude do Partido dos Trabalhadores da cidade de São Paulo

JSOL – Juventude Socialismo e Liberdade

JUNTOS!

Levante Popular da Juventude

MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens

MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

PJ- Pastoral da Juventude

PJMP- Pastoral da Juventude do Meio Popular

Quilombo

PSTU- Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

REJU- Rede Ecumênica da Juventude

UBES- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

UJR- União da Juventude Rebelião

UJS- União da Juventude Socialista

UNE- União Nacional dos Estudantes

Além destes, o deputado estadual pelo PT de São Paulo Adriano Diogo afirma, em entrevista concedida ao site Viomundo, que presenciou esses agentes provocadores atuando.

Lamentavelmente, uma denúncia dessa gravidade ainda não chegou aos poucos – porém importantes – veículos da grande imprensa que vêm dando um tratamento surpreendentemente correto a processo que, em São Paulo, assumiu uma gravidade que não tem sido vista em parte alguma do país.

Urge, portanto, que a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo instale Comissão Parlamentar de inquérito para apurar essa denúncia, que, sendo confirmada, imputa responsabilidade total pela ação criminosa ao governador Geraldo Alckmin e, em última instância, demandará intervenção federal no Estado, que, em tal situação, estaria sob controle de uma facção criminosa.

Quanto ao Movimento Passe Livre, evidentemente que as acusações à sua atuação não podem mais ser tratadas como fatos até que se esclareça a possibilidade de ter sido alvo de uma conspiração de natureza ditatorial. Nesse aspecto, a reunião entre esse movimento e o prefeito de São Paulo, que ocorrerá nos próximos dias, constitui a melhor chance, até aqui, de se trocar o confronto pela negociação.