Abraçar o instituto Lula nesta 6ª feira é obrigação de todo democrata

Ativismo político

bomba capa

 

Chegou o momento de todos os brasileiros que acreditam em nossa jovem democracia – e que estão dispostos a defende-la – apoiarem, como puderem, uma iniciativa do PT, do movimento sindical e dos movimentos sociais.

Esses entes organizaram manifestações contra a intolerância e em repúdio ao atentado a bomba contra a sede do Instituto Lula, ocorrido na noite de quinta-feira 30.

Nesta sexta-feira, ao meio dia, ocorrerá a primeira de uma série de manifestações contra os ataques a petistas. Será ao meio-dia desta sexta-feira (7 de agosto) em frente ao Instituto Lula, no bairro paulistano do Ipiranga.

A ideia é fazer um abraço simbólico ao prédio do Instituto.

A gestão desses atos é de uma frente plural formada por movimentos sociais, centrais sindicais, partidos políticos, entidades religiosas, intelectuais, jornalistas etc. Essa frente intitula-se #TodosPelaDemocracia.

CUT, CTB, CSB, CMP, Consulta Popular, FLM, UMM e os partidos políticos PT, PCdo B, PCO e PDT integram a frente.

A iniciativa reveste-se de rara importância diante de sua causa. O atentado a bomba contra o Instituto Lula, na noite de 30 de julho último, introduziu, em definitivo, o componente da violência na crise política que o país atravessa.

O ato de repúdio ao recente ataque a bomba ao Instituto Lula não será ato partidário ou, tampouco, de apoio a políticos. Repudiar a inserção da violência na política em um país que padeceu por vinte anos por conta justamente dessa mistura explosiva, é o mínimo que se espera de um cidadão responsável.

Muitos se perguntam o que podem fazer para ajudar a combater a ascensão do fascismo em nosso país. Eis a chance. Se você é de São Paulo ou adjacências, se tiver condição de estar na capital paulista ao meio dia desta 6ª feira e de ir ao abraço ao Instituto Lula, não deixe de fazê-lo.

A chance de defender a democracia com um ato simples como o de comparecer a um ato público, é imperdível. Fará você sentir-se útil ao seu pais, ao futuro de seus filhos e netos, ameaçados pelos delírios de ódio, violência e intolerância de um tipo de gente que massacrou este povo durante uma ditadura de vinte anos.

Além disso, esse ato marca o início de uma reação concreta ao avanço do fascismo. No dia 16 de agosto, também em São Paulo, os golpistas farão novo ato pela ruptura democrática em consonância com aquele odioso atentado a bomba. Nesse dia, haverá novo abraço ao Instituto Lula.

Não se duvida da possibilidade de grupos fascistas terem ideias violentas em relação ao Instituto Lula no dia em que tais grupos pretendem dominar a cidade. Até, inclusive, estimulados pela leniência com que as autoridades estão tratando um claro ataque político literalmente violento.

Se tiveram essa ideia, encontrarão uma couraça.

A presidenta da República, Dilma Rousseff, disse que “jogar uma bomba caseira na sede do Instituto Lula é uma atitude que não condiz com a cultura de tolerância e de respeito à diversidade do povo brasileiro”. O PT, por meio de nota, classificou o atentado como “intolerável”.

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, o atentado “É uma violência inútil, de perdedores. De quem não tem a responsabilidade com a democracia. De gente que não suporta os avanços sociais dos governos Lula e Dilma. O Brasil só perde com isso”.

Também enviaram mensagens de apoio e solidariedade ao Instituto, entre outros, o ex-presidente espanhol Felipe González; Neil Watkins, da Fundação Bill e Melinda Gates; o Partido Democrático da Itália e o Podemos, da Espanha; Enrique Garcia, presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF); a Confederação Israelita do Brasil e a Federação Israelita do Estado de São Paulo, entre outros.

Outros políticos e personalidades brasileiras também manifestaram repúdio ao atentado, entre eles o ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner; o governador do Piauí, Wellington Dias; o diretor-geral da FAO, José Graziano; o cientista e pesquisador Miguel Nicolelis; a empresária Eleonora Rosset e o jornalista e escritor Fernando Morais.

“A partir de agora, nós, dirigentes, vamos construir, em nossas bases, essa grande mobilização em defesa do Brasil, dos empregos e dos avanços sociais. E tudo isso se traduz, também, na defesa do presidente Lula”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Para o dirigente, o atentado é “inadmissível”. E acrescentou: “É um tipo de atitude que aconteceu poucas vezes na história do nosso País e repudiamos fortemente. É um comportamento de gente pequena, atormentada, pessoas que, com certeza, não deram um centésimo da contribuição que o presidente Lula deu ao Brasil e ao mundo”.

Na terça-feira (3), prefeitos da região do ABC paulista, reunidos no Consórcio Intermunicipal, também aprovaram nota de protesto contra o ataque a bomba.

“O que aconteceu com o Instituto Lula foi um ataque fascista e de extrema-direita. Querem criar uma instabilidade no País quando atacam o presidente Lula”, disse o deputado estadual Teonílio Barba (PT). “A intolerância ultrapassou todos os limites. Cada dia se amplia o ódio no país”, acrescentou o deputado estadual Luiz Turco (PT).

“Terrorista.” Foi assim que o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), chamou o ataque contra o Instituto Lula. “Se houvesse uma pessoa perto de onde jogaram a bomba, sofreria ferimentos gravíssimos”, protestou o prefeito.

O atentado contra a sede do Instituto Lula foi o mais recente de uma série de ataques contra militantes e dirigentes petistas que começaram ainda na campanha eleitoral do ano passado.

Em geral, os atentados – entre os quais assassinato de militante do PT em Curitiba, no Paraná – tiveram pouca ou nenhuma cobertura da chamada grande imprensa.

Após a reeleição da presidente Dilma, esses mesmos setores mantiveram os ataques e articulações para, primeiro, barrar a posse de seu novo mandato e, depois, impedir que seu governo tivesse um mínimo de estabilidade.

Em manifestações contra Dilma e o PT, já em 2015, os ataques voltaram. Além de violências físicas, ex-ministros de Dilma, como Guido Mantega (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde), foram vítimas de agressões verbais em locais públicos.

A 17ª. Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, aprovou moção de repúdio contra o atentado, assinada por delegados e delegadas do encontro.

“Repudiamos o atentado sofrido pelo Instituto Lula no último dia 30 de julho, quando uma bomba foi lançada em suas dependências. Este ano, muito além da tentativa de atingir este instituto, configura-se na materialização da atual difusão do ódio de classe pelos órgãos da grande mídia e pelas redes sociais”, diz o documento.

Todas essas são medidas de reação, medidas de defesa da democracia. Estão sendo empreendidas. Há pessoas dispostas a enfrentar o ataque à democracia. A cada um de nós cabe sair da lamentação e tomar uma atitude ou nos omitir.

Não há quem não tenha ciência da grave crise política que se abate sobre o país e sobre os riscos que ela representa a cada brasileiro, seja na economia ou em seu direito à liberdade de expressão e pensamento. Que cada um escolha o que quer para sua vida.

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