Com Doria, biblioteca pública proíbe uso de tomadas elétricas

Reportagem

A Biblioteca Mário de Andrade (BMA) é uma das mais importantes bibliotecas de pesquisa do país. Fundada em 1925 como Biblioteca Municipal de São Paulo, é a maior biblioteca pública da cidade e a segunda maior biblioteca pública do país, superada, apenas, pela Biblioteca Nacional. Foi inaugurada em 1926, na Rua 7 de Abril.

A Biblioteca Mario de Andrade tem mais de 4 mil itens distribuídos em dois prédios na Praça Dom José Gaspar, no centro de São Paulo. Com cerca de R$ 9 milhões de orçamento anual, o equipamento passou por uma modernização na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad, passando a abrir 24 horas e aos finais de semana e abrigando outros eventos culturais.

Após a posse do prefeito tucano João Doria na administração paulistana, Charles Cosac, 52 anos, foi nomeado novo diretor da Biblioteca Mario de Andrade, no centro de São Paulo, uma referência entre os equipamentos culturais administrados pela Prefeitura da capital paulista. O convite foi feito pelo novo secretário de Cultura, André Sturm.

Dias após ter deixado a direção da Biblioteca Mário de Andrade, em que esteve por quatro anos, o professor Luiz Armando Bagolin, diretor anterior da Mario de Andrade, já deixava ver que haveria problemas na maior biblioteca de São Paulo.

O artista plástico, com mestrado e doutorado em filosofia pela USP, onde volta a lecionar, denunciou que “Não houve transição” entre sua administração e a de Cosac. O ex-diretor afirmou temer que projetos, como a abertura 24 horas do local e um plano de digitalização do acervo em que trabalhou por três anos, sejam esquecidos na falta de diálogo.

Matéria do jornal Folha de São Paulo publicada em janeiro último também já prenunciava que a nova direção da Mario de Andrade iria ser problemática. Segundo o jornal, a direção da biblioteca será o primeiro emprego de Charles Cosac EM TODA SUA VIDA.

Cosac, um dos maiores editores de livros do país, disse, certa vez, em uma entrevista: “Se você me colocar perto de um homem que se sustenta, eu pareço um retardado perto dele. Isso já me incomodou muito, mas não me importo mais.”

Trata-se daquele tipo de pessoa ao qual tudo foi dado de mão beijada desde o berço, razão pela qual não surpreende denúncia que está sendo feita por usuários da biblioteca Mario de Andrade.

Há cerca de um mês, o site da biblioteca divulgou que havia um problema elétrico na instituição que seria resolvido em 48 horas.

Clicando na notícia, chega-se a página que não está funcionando.

Um mês depois, os usuários reclamam de nova norma da biblioteca que surpreende, mas só em alguma media, já que a instituição está sendo administrada por alguém com o perfil de Cosac, que nunca precisou do poder público na vida devido à sorte de ter nascido em um meio social que lhe proveu tudo na vida.

Confira, pois, este relato impressionante sobre nova norma da biblioteca Mario de Andrade que irá inviabilizar o seu uso por grande parte dos que precisam.

Há, também, boatos de que a biblioteca deixará de funcionar 24 horas, mas ainda são só boatos. Ainda.

O prejuízo que a maior cidade do país terá por estar sendo administrada por um filhinho de papai e seus amiguinhos ricaços será descomunal. A capital paulista está sendo administrada por gente sem sensibilidade social, que não a conhece e muito menos entende os problemas da maioria da população paulistana.

Recentemente, o Blog recebeu uma explicação interessante de um sociólogo. A volubilidade e as decisões políticas desorientadas da maioria dos paulistanos se deveria à grande diversidade étnica e cultural de São Paulo.

A cidade tem a maior população nordestina do país, mas, ao mesmo tempo, tem a maior elite branca do país, que vive às turras com a parcela pobre ou remediada dos munícipes paulistanos.

A diminuta parcela rica de São Paulo consegue controlar a gigantesca parcela pobre  e remediada usando a mídia reacionária paulista e as forças de repressão, ou seja, a PM. Enquanto a mídia hipnotiza os remediados, as polícias intimidam os pobres para que se contentem com a situação de penúria.

São Paulo é um caso único no Brasil, quiçá no mundo, em que uma elite microscópica consegue manipular uma massa humana gigantesca usando hipnotismo e porrete simultaneamente.

A eleição de João Doria mostra bem isso. Em vez de governar, o atual prefeito usa a mídia para entreter os paulistanos para que não pensem nos problemas da cidade. Seus shows de marketing são combinados com repressão e higienismo contra a população carente.