Dallagnol defende procuradores de SP que não prendem Paulo Preto
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, afirmou nesta segunda (19) que “não é [por] atuação partidária” do Ministério Público Federal que Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB em São Paulo, não foi alvo de pedido de prisão até o momento.
Dallagnol não é responsável pelo caso, que está com a recém-formada força-tarefa de São Paulo, mas defendeu os colegas ao ser questionado sobre reportagem da Folha de São Paulo que aponta mudança de critério na operação Lava Jato ao não prender Souza, conhecido como Paulo Preto.
Souza tem conta com R$ 120 milhões na Suíça e foi alvo de sete delações. No entanto, ao contrário do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foram presos porque tinham contas no exterior e que receberam recursos de propina ou caixa dois, não foi detido.
A explicação do procurador-pop star mostra que ele defende os coleguinhas sem nem saber as razões deles para proteger o tucano: “São mais de dez colegas com diferentes perfis sem atuação politico partidária”, diz Dallagnol sobre a força-tarefa de São Paulo. Ele ressalva que não trabalha no caso, mas diz que pode “afirmar com toda a certeza que a explicação não é atuação partidária”.
O procurador mostra que sua defesa não tem base. Ele cogita a possibilidade de a Suíça ainda não ter autorizado o uso das informações para que haja a determinação da prisão, mas não sabe a causa real da proteção do Ministério Público aos tucanos em SP
“Às vezes existe uma informação que está para vir da Suíça e ela não chegou e você não pode usar oficialmente, para o pedido de prisão, por exemplo. No caso Paulo Roberto Costa eu lembro que a Suíça entrou em contato conosco, me informou por telefone e eu consegui uma autorização, que eles me mandaram por email, para pedir a prisão”, disse.
O Ministério Público Federal em São Paulo não tem se manifestado sobre o caso. A defesa de Paulo Preto quer que o caso seja investigado no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
A avaliação de Dallagnol foi feita no lançamento da terceira edição do livro “Corrupção”, de autoria do promotor Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. O título ficaria melhor assim: “Não Aceito Corrupção do PT, as de outros partidos eu aceito numa boa”