Governador do Maranhão critica juízes da Lava Jato
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defende a união dos partidos de esquerda em torno de uma única candidatura, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018.
Segundo Dino, se Lula puder disputar, ele vence. “Um cenário é com Lula candidato, e não há dúvida de que ele vence a eleição. É muito nítido, inclusive por essas reações violentas e fascistóides que estão acontecendo.
Longe de demonstrar fraqueza, isso demonstra força e a pujança da candidatura”, afirma. “Agora, há outro cenário, em que se coloca a questão da inabilitação do ex-presidente. Creio que esse outro cenário exige outra atitude. Sentar, avaliar e se unir, essa é a minha visão”, acrescenta.
Ex-juiz, Dino critica a “volúpia encarceradora” do Judiciário e a postura politizada dos juízes Sérgio Moro e Marcelo Bretas, ambos da Operação Lava Jato. “Se alguém quiser expor, no sistema jurídico, as suas convicções políticas, tem o local adequado, que é o Parlamento. Tire o escudo da toga e vai para a rua. Não fique escondido, defendendo essa imoralidade que é, na verdade, contra o estado democrático de direito”, diz.
Desde a prisão de Lula, Dino, que esteve em Curitiba junto com outros governadores na tentativa de visitar o ex-presidente, voltou a condenar a “atitude anti-isonômica” da Justiça brasileira e a questionar suas contradições.
Para o governador do Maranhão, essa ofensiva política, no fundo, acaba “alimentando a confusão que está nas ruas”:
“No momento em que a institucionalidade, as normas e regras passam a ser manipuladas de acordo com a ocasião, é claro que muitos se aventuram no vale-tudo, que é o que nós estamos vendo nesses ataques criminosos à caravana liderada pelo ex-presidente Lula”.
Sobre a polêmica em torno do auxílio-moradia, o governador maranhense diz que o uso do benefício como recompensa salarial, conforme admitiu o próprio juiz Moro, é ilegal. “É muito grave, considerando essa atuação fortemente politizada do Judiciário, que sempre, supostamente, se embasou em parâmetros éticos, rígidos. Para o rigor ético não ser hipócrita, ele tem que ser um rigor para todos”, ressalta.
Fonte: Jornal do Brasil