Mídia desiste da farsa da “retomada” na economia

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Na Folha de São Paulo desta terça-feira 24/4, matéria curiosa sobre uma “retomada” do crescimento da economia que ninguém viu ou vê, pois não existe. Ainda que o jornal diga que a tal “retomada” não é tudo aquilo que a mídia estava dizendo que era.

Não é tudo aquilo uma ova. Não é nada, porque não existe. O país está afundando.

Falam nessa retomada desde 2016, logo após o golpe. Mas, agora, já começa a cair a ficha da mídia de que continuar falando de uma recuperação econômica inexistente não só não vai produzir resultados eleitorais como continuará irritando o eleitorado.

Uma dos Frias, Maria Cristina, no caderno de economia, segue a linha editorial do jornal ao comprovar o dano imensurável que a reforma trabalhista causou aos trabalhadores de todos os níveis, do “mortadela” que veste  macacão e trabalha na fábrica ao “coxinha” gerente de banco.

Todos são assalariados, ainda  que os trabalhadores melhor remunerados não saibam e achem que devem pensar como o dono do Bradesco.

A tal Frias diz que uma das “maravilhas” da reforma trabalhista não está funcionando por causa do desemprego…

Dá vontade de sair por aí xingando em voz alta. Essa maravilha que essa mulher diz que não está funcionando é um tiro na cabeça do trabalhador em tempo de alto desemprego. Pela regra da nova legislação trabalhista, a empresa pode fazer acordo e pagar uma multa rescisória menor e o empregado consegue sacar só 80% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Perfeito para tempos de desemprego, não é mesmo? Pior é que diziam que a nova lei trabalhista serviria para aumentar o nível de emprego e, agora, dizem que, como o nível de emprego não melhora, a maravilhosa reforma trabalhista não está produzindo efeito.

Leiam essa canalhice. É preciso ler para se revoltar e sair por aí falando, reclamando, denunciando. Se você não se indignar, vai engolir. E, se engolir, tudo vai piorar. Leia, divulgue, reclame, denuncie. Em resumo: mexa-se, porque é com você também. Ficar só reclamando nunca mudou nada em lugar algum.

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FOLHA DE SÃO PAULO

MERCADO

Mercado aberto
cristina.frias1@grupofolha.com.br

24 de abril de 2018

O pacto entre empregador e trabalhador demissionário, uma das novidades introduzidas pela reforma trabalhista do ano passado foi pouco adotado por causa da ainda alta taxa de desemprego.

Pela regra, a empresa pode fazer acordo e pagar uma multa rescisória menor, e o empregado consegue sacar 80% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O perfil dos desligados do primeiro trimestre é quase idêntico ao do mesmo período de 2017, quando não existia a possibilidade: metade dos empregados que saíram tem até 15 anos de serviço, segundo o Ministério do Trabalho.

Carteira de trabalho e previdência social. Ministério do Trabalho e Emprego.
Pela regra, a empresa pode fazer acordo e pagar uma multa rescisória menor, e o empregado consegue sacar 80% do FGTS – Gabriel Cabral/Folhapress

“Esse ponto da lei pressupõe intenção por parte do trabalhador em pedir demissão, e a tendência, agora, é que haja poucos casos assim”, diz Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Dieese (departamento intersindical de estudos).

Em março foram 13,5 mil acordos como esse, mas o número de desligados foi de aproximadamente 1,3 milhão.

“Foi uma quantidade pífia”, diz Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da FecomércioSP. Outras inovações das novas regras, como os contratos intermitentes, também foram timidamente adotadas, afirma.

Em parte, isso se deve à pouca familiaridade com as novas regras, mas ele também aponta outro fator: o diálogo entre os sindicatos patronal e de empregados se deteriorou.

“Houve um impacto na relação causado pela questão da contribuição sindical. Não deu para conversar sobre acordos, horário flexível, contrato intermitente e outros temas.”