Força Sindical se arrepende de apoiar golpe e apoia Lula
O Ato da Força Sindical no 1º de Maio de 2016 teve placas com a frase “Tchau, querida!” em alusão ao processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, apoiado pela central sindical.
Dois anos depois, tudo mudou. A reforma trabalhista e a retirada de direitos dos trabalhadores materializada pelo golpe colocou Paulinho da Força, o eterno “dono” da central sindical, contra a parede.
O apoio a Lula tornou-se obrigatório. O recuou mostra uma situação impensável: a prisão de Lula o fortaleceu muito mais politicamente e uniu a esquerda e até o movimento sindical, eternamente fragmentado.
João Carlos Gonçalves, o Juruna da Força Sindical, diz que o evento deste ano deverá servir não somente para reforçar a pauta contrária às reformas no formato defendido (caso da previdenciária) ou aprovado (caso da trabalhista) pelo governo de Michel Temer (MDB), como para pautar o debate com os candidatos às eleições gerais de outubro.
“Esperamos que as bandeiras e reivindicações debatidas em Curitiba estejam também no debate dos candidatos a presidente – com foco em crescimento econômico, mas também com investimento em áreas sociais e em valorização do salário mínimo”, afirmou Juruna.
“E Lula é um símbolo não apenas pela situação arbitrária da prisão dele, mas porque, como presidente, conseguiu governar unindo gente diversa com esse tipo de agenda”, completou.
Perguntado se o fato de lideranças da Força –como o presidente nacional, o deputado federal Paulinho da Força (SD) —terem apoiado o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e a consequente posse de Temer, defensor das reformas combatidas pelas centrais, não causa saia-justa em um ato agora unificado, o dirigente minimizou: “Desde o começo do ano passado as centrais estão juntas, solidariamente, na luta contra as reformas e na greve geral, por exemplo.
A questão do impeachment já foi superada; a pauta, agora, é unitária.”
Como dizia um filósofo das Alagoas, “O tempo é o senhor da razão”…