Manuela D’Ávila foi beneficiada por ataques no Roda Viva
Levantamento da FGV mostra presidenciável do PCdoB ascendendo em volume de menções após entrevista no ‘Roda Viva’, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 25.
A polêmica envolvendo a participação da pré-candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, em sabatina no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 25, alterou a tendência observada nas semanas anteriores e foi o assunto de maior destaque no Twitter no período entre 21 e 27 de junho. Apoiadores de Manuela consideraram que a presidenciável foi vítima de machismo durante a entrevista.
De acordo com levantamento feito com exclusividade pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da Fundação Getulio Vargas (FGV) para o Estadão/Broadcast, a pré-candidata foi citada 200 mil vezes no Twitter, entre esta segunda-feira, 25, quando foi exibido o programa, e esta quarta-feira, 27, ascendendo em volume aos números normalmente reservados a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PSL) e, nos últimos meses, Ciro Gomes (PDT) em situações específicas.
O levantamento da FGV diz que a sabatina da pré-candidata foi o motor das pautas da semana, “seja pelo engajamento, compartilhado por perfis de toda a esquerda, de críticas à condução da entrevista, com queixas de machismo e de desvirtuamento das perguntas; seja pelo impulso dado à polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, ambos protagonistas, com Manuela, das discussões levantadas no programa”.
E paralelamente a essas discussões, subiram igualmente no período em análise (dias 25 a 27) as referências a Lula e a Bolsonaro. “Lula, na terça (26), chegou a 102 mil tuítes, frente a menos de 50 mil de média diária na semana anterior; e Bolsonaro, de média diária de cerca de 35 mil tuítes no mesmo período, foi a 57,8 mil na terça posterior à transmissão do Roda Viva com Manuela”, diz o levantamento da FGV, explicando que o principal eixo de debate referente ao petista, além das referências associadas a Manuela, foi o imbróglio do pedido de sua soltura, feito por sua defesa, no Supremo Tribunal Federal.
No caso de Lula, segundo o estudo, o crescimento se deu pela condução no STF do julgamento do seu pedido de soltura. Após a notícia de que o ministro Edson Fachin decidiu encaminhar o pedido ao plenário do Supremo, houve intensa mobilização dos perfis contra o petista, não só de apoiadores de Bolsonaro, com críticas à Corte.
Quanto a Bolsonaro, a relação é com o fato de um dos coordenadores da campanha do presidenciável do PSL ter participado da entrevista com Manuela D’Ávila e ter rivalizado com ela as principais discussões no programa.