Rotina do golpe: dólar sobe e bolsa cai

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Após cair quase 2% ante o real no último pregão, o dólar voltou a rondar o patamar de R$ 3,80 nesta segunda-feira (23), em movimento de correção e acompanhando o fortalecimento da moeda americana pelo mundo em meio a tensões comerciais e políticas.

O dólar comercial subiu 0,26%, para R$ 3,784. No dia, chegou a R$ 3,804. O dólar à vista avançou 0,34%, cotado a R$ 3,7919.

“O mercado hoje não tem muita novidade, a agenda está esvaziada. É uma pequena realização depois da forte queda que começou já na quinta-feira (19) à tarde, após os partidos do centro sinalizarem que vão apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) na candidatura à Presidência da República”, disse Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest.

O dólar despencou ante o real na sexta e fechou abaixo dos R$ 3,80 pela primeira vez em dez dias com a cúpula do chamado centrão —DEM, PP, PR, SD e PRB— decidindo apoiar Alckmin, candidato preferido pelo mercado.

O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas da Bolsa brasileira, chegou a subir 1,4%. Nesta segunda, fechou em queda de 0,73%, para 77.996,12 pontos, contaminado pelo mau humor generalizado em boa parte dos principais mercados globais. O giro foi de R$ 7 bilhões, num pregão de baixo volume financeiro.

“O dia é de ajustes, após a ‘euforia’ da última sessão”, escreveu a Guide Investimentos em seu relatório.

Investidores estão de olho também no cenário externo, nos desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e outros países, sobretudo a China, e na troca de farpas entre EUA e Irã.

O presidente americano, Donald Trump, subiu o tom ao dizer para o Irã que o país arriscava consequências “que poucos sofreram antes ao longo da história” se fizesse mais ameaças contra os Estados Unidos.

A afirmação, publicada em rede social no domingo (22), foi uma resposta à declaração do presidente iraniano Hasan Rowhani, que disse que Washington não deveria “brincar com fogo”.

A moeda americana se fortaleceu ante 17 das 31 principais divisas do mundo.

Das 67 ações do Ibovespa, 55 tiveram baixa.

A maior queda foi da TIM (-3,8%). Mas o índice foi pressionado mesmo pelos bancos. Caíram Itaú (-1,92%), Santander (-1,76%), Bradesco (-1,14% os papéis preferenciais e -0,55% os ordinários) e Banco do Brasil (-0,67%).

A CCR puxou o índice, com alta de 4,36%, ainda refletindo mudança no comando da empresa.

A Suzano avançou 3,27%, impulsionada pela alta do dólar em um mercado fortemente ligado à exportação. A Vale subiu 1,81%, em linha com a valorização do minério de ferro na China

 

Com informações da Folha de S. Paulo.