Imprensa internacional repercute caos institucional no Brasil
Lembra da capa da Economist, mostrando um Brasil grande, com futuro, imponente (na era Lula)? Já era.
Em longo artigo sobre o “autoritarismo no Brasil”, o jornal alemão berlinense Taz (Die Tageszeitung) fala em “tragédia anunciada” no título. O jornal abre relatando que “ativistas são ameaçados de morte, pobres são criminalizados. Uma nova onda de autoritarismo está devastando o Brasil”. E encerra dizendo que “o autoritarismo estatal e a ascensão de grupos de direita radical encontraram sua voz num candidato: Jair Bolsonaro”.
Em editorial, ‘Eleição no Brasil será um divisor de águas’, o Financial Times vai na mesma linha. Na mesma pág. 10, o Financial Times publicou editorial e carta do ex-chanceler Celso Amorim sobre a eleição no Brasil.
No primeiro, o jornal diz que “será um momento existencial” e que “o elefante na sala é Mr. Lula da Silva”, o qual se defendeu no NYT e foi criticado por FHC “neste jornal”.
Para o FT, “seja lá quem estiver certo, Lula provavelmente será barrado” e “a atenção tem se voltado para Bolsonaro, com apoio entre brasileiros cansados da criminalidade”.
Já Amorim escreve que comissão da ONU “solicitou ao Brasil que tome ‘todas as medidas’ para assegurar os direitos políticos de Lula”.
O francês Les Échos fala em incerteza, sublinhando o prognóstico de instituições como Nomura, que afirma: “Mesmo havendo espaço para Alckmin crescer com a campanha na TV, o mercado começou a incorporar cenário mais incerto, com maior probabilidade de vitória da esquerda”.
E a Bloomberg, noticiando o êxodo de dois mil milionários brasileiros em 2017, segundo consultoria sul-africana, titulou:
“Milionários abandonando o navio, em mais um sintoma dos infortúnios do Brasil”.
Em longo material apresentando o início da campanha, o alemão Süddeutsche Zeitungdestacou que “quase metade da população votaria pelo ex-presidente preso Lula”. Mas acrescentou que se tratae de um “país louco por TV, e Alckmin espera ansioso” pelo horário eleitoral: “Ele assegurou um monopólio de televisão. Serão 5min32s de Alckmin em loop contínuo.”