Em 2018, dobrou o interesse dos brasileiros pela eleição
Nunca, em período de eleição, o brasileiro procurou tanto por política como agora. Segundo o Google Trends, ferramenta que disponibiliza amostras do que está sendo jogado no site de buscas, o interesse por temas relacionados às escolhas do próximo presidente, de senadores, deputados e governadores cresceu 140% na comparação com o mesmo período de 2014.
O atentado sofrido por Bolsonaro, vítima de uma facada no dia 6 de setembro, puxou a alta. Porém, mesmo passadas duas semanas do caso, o interesse em candidatos segue alto, acima da média registrada em anos anteriores.
Desde 2014, houve um aumento da população que acessa a internet de 59% para 65%, segundo pesquisa Datafolha do último mês de agosto.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro, domina 64% das buscas relacionadas à eleição presidencial no Google, entre 16 a 22 de setembro. A empresa não disponibiliza número absolutos de busca, apenas índices relativos.
Nas últimas três eleições à Presidência —2006, 2010 e 2014— os dois candidatos mais buscados no site chegaram ao segundo turno. Quem teve mais pesquisas relacionadas ao seu nome invariavelmente venceu o pleito.
A relação entre os mais pesquisados no Google e o resultado final de eleições foi objeto de um estudo conjunto das universidades American (EUA), Maryland (EUA), Glasgow (Escócia) e King’s College (Inglaterra), em 2016.
“Tudo o que a pontuação do Google Trends nos revela é que os eleitores estão mais interessados em alguns candidatos do que em outros, mas isso não significa necessariamente voto”, afirma Filippo Trevisan, um dos autores da pesquisa.
Outro estudos conduzido pelo Instituto de Internet da Universidade de Oxford teve conclusão semelhante.
Segundo Eve Ahearn, mestre em dados sociais pela universidade de Oxford, “as tendências do Google não são, obviamente, equivalentes à probabilidade de voto”. “As previsões políticas têm sido historicamente baseadas em pesquisas de comportamento do eleitor. A busca de informações nos traz indícios desse comportamento”, diz na publicação “What does it mean to win a debate anyway?: Media Coverage of the Leaders’ Debates vs. Google Search Trends (O que significa vencer um debate?: Cobertura dos líderes de debates pela mídia versus tendências de busca do Google).
Terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes (PDT) é o segundo mais buscado, com 16%. Haddad fica em terceiro, com 11%. Os outros candidatos chegam a no máximo 2% cada.
Nesta campanha, —não fosse o atentado contra Bolsonaro— o acontecimento que mais levou as pessoas ao Google foram as entrevistas no Jornal Nacional.
Substituto de Lula desde o dia 11 de setembro, Fernando Haddad tem despertado curiosidade do Nordeste, onde é assunto de buscas principalmente nos estados de Piauí, Sergipe, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte, locais tradicionalmente lulistas.
Na semana de 16 de agosto no Nordeste, Lula dominava 61% das buscas; Haddad, 3% e Jair Bolsonaro, 35%. Com as reviravoltas da corrida presidencial, nos últimos 15 dias a situação é outra. Entre esses três nomes, Bolsonaro está em 66% das buscas, Haddad, em 21% e Lula, em 12%.
O Google não disponibiliza números absolutos de busca, apenas índices relativos.
Comparando os cinco candidatos melhores pontuados no último Datafolha. Jair Bolsonaro é o mais buscado em todo o Brasil. Seu maiores índices são no Norte (83%), Centro-Oeste (81%), Minas Gerais (81%)(após atentado), Sul (81%), Rio de Janeiro (80%), estado que o elegeu deputado federal.
Marina, Ciro e Alckmin tem a atenção dos estados onde fizeram carreira política, respectivamente, Acre, Ceará e São Paulo.
Não só de política, porém, vive a curiosidade do brasileiro na internet. Desde o início da campanha eleitoral, a Série A do Brasileiro atrai o dobro do interesse dos internautas na comparação com buscas ligadas com a eleição.
Da FSP.