General Mourão quer dar golpe em Bolsonaro e assumir sua campanha
Vice de Jair Bolsonaro (PSL) na corrida ao Planalto, o general Hamilton Mourão (PRTB) diz aguardar decisão “somente de Bolsonaro” sobre a hipótese de substituí-lo nos debates. “A decisão tem de ser dele e de mais ninguém”, diz, descartando ouvir a opinião contrária da família e do PSL. A presença de Mourão nos debates rachou a campanha porque uma ala avalia que a cadeira vazia reforça no eleitor o sentimento de dívida com o candidato esfaqueado. Alheio a isso, o PRTB diz que vai consultar ao TSE, mas, como está coligado, precisa da concordância do PSL.
O general Mourão diz não poder reclamar do pouco tempo de programa de televisão. “Estamos tendo outras oportunidades para expor nossas ideias, mas (a cadeira vazia no debate) pode eventualmente nos causar algum prejuízo”, avaliou.
A estratégia do PSL preocupa seus oponentes. Geraldo Alckmin já pediu aos eleitores que não votem em Bolsonaro por solidariedade pelo atentado que sofreu. Nesse sentido, adversários preferem Mourão nos debates.
O candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, deve ir a Brasília na semana que vem. Desde que começou a campanha, afastou-se do trio que validou sua candidatura: Moreira Franco, Eliseu Padilha e Michel Temer. Quer aproveitar para conversar, pelo menos, com o presidente.
Questionado em quem vai votar na eleição presidencial, o governador petista Camilo Santana, do Ceará, responde: “O voto é secreto”. No palanque dele estão Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT). “Não sou candidato do PT, mas de uma coligação de 16 partidos”, explica.
O candidato ao governo de São Paulo do MDB, Paulo Skaf, não descarta apoiar Jair Bolsonaro no segundo turno, a depender de quem passar para essa fase. Os dois nunca se falaram, mas o time de Bolsonaro já piscou para Skaf.
O desembargador Rogério Favreto compareceu ao coquetel promovido pela AMB ontem em homenagem a Dias Toffoli, novo presidente do STF. Favreto ganhou fama ao mandar soltar Lula em julho.
Em reuniões reservadas com auxiliares, o presidente Michel Temer externou a preocupação de voltar a ser alvo de nova denúncia no final de outubro, no inquérito que investiga o Decreto dos Portos.
A avaliação da defesa de Temer é de que, apesar da determinação do ministro Edson Fachin para que a PGR se manifeste no Inquérito da Odebrecht, essa denúncia não deve avançar por ser ato anterior ao mandato.
Investigadores dizem que é impossível Temer escapar de um processo. Ele nega ter recebido propina em troca de benefícios ao setor portuário.
Longe das urnas nestas eleições, o deputado cassado Paulo Maluf (PP-SP) segura cartaz em apoio ao candidato a deputado federal Guilherme Ribeiro (PRB).
O Novo pedirá ao TSE que o PT pare de veicular imagem na qual aparecem Lula e Haddad com destaque e Manuela d’Ávila nem sequer aparece. Os advogados dizem que a peça dá a entender que o ex-presidente é candidato.
A sigla ironiza na ação ao dizer que não deseja com isso que “o eleitor se esqueça do que o Lula fez e representa”.
Do Estadão.