Seguidores de Bolsonaro confundem jornalista e a ameaçam

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A repórter Marina Dias, da Revista Encontro, com sede em Belo Horizonte, foi hostilizada nas redes sociais ao ser confundida com a repórter da Folha de mesmo nome que publicou nesta terça (25) reportagem sobre a ex-mulher de Jair Bolsonaro (PSL) ter afirmado ao Itamaraty, em 2011, que foi ameaçada de morte por ele. Ana Cristina Valle nega a informação.

Segundo a jornalista mineira, foram divulgados em redes sociais seus dados pessoais, como número de telefone, email, data de nascimento e fotos. “Foram muitos comentários horríveis, muitas difamações, num nível que não dá nem pra falar”, disse Dias à Folha.

“Fiquei muito atônita, muito impressionada com o fato de que ninguém liga se o que está replicando é ou não verdade, e pelo ódio e teor injustificável e absurdo das mensagens”, completou.

Em seu email, recebeu um recado acusando-a de publicar fake news (notícias falsas) e, no Twitter, houve uma ameaça: “você vai ter o que merece”.

Dias trocou suas senhas, bloqueou suas contas em redes sociais e fará um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Cibernéticos. Ela também está se aconselhando juridicamente para tomar outras medidas.

“Acho que tem gente capaz de tudo. A gente não pode se descuidar. Estou tomando medidas para me precaver”, disse a jornalista.

“Ligaram aqui na revista onde eu trabalho pedindo para falar comigo e xingaram a recepcionista”, disse. O telefone da Revista Encontro foi divulgado em meio aos seus dados pessoais. “Pesquisaram tão bem que divulgaram o lugar onde eu trabalho, que não é na Folha.”

A onda de hostilidades começou com um tuíte do humorista Danilo Gentili, em que ele diz ser preciso pesquisar quem é a jornalista que escreveu a reportagem. Em seguida, alguém comentou identificando a Marina Dias errada e publicando sua foto.

Gentili apagou o tuíte e compartilhou um outro tuíte, de um amigo de Dias, explicando que ela não é a repórter da Folha.

“As pessoas retuítam sem nem passar pela cabeça o transtorno que está gerando na minha vida. Fora essa apreensão que a gente fica por não saber o que pode acontecer.”

Da FSP.