Agência detecta mentiras de Moro

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Agência Lupa checou declarações do próximo ministro da Justiça.

Confirmado ministro, juiz Sergio Moro se contradiz sobre convite para cargo.

O juiz federal Sergio Moro, confirmado como ministro da Justiça e da Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, concedeu entrevista a jornalistas na terça (6).

Moro, que se afastou da Operação Lava Jato, terá um período de férias antes de pedir a exoneração da Justiça para assumir o cargo.

MENTIRA 1

“Eu fui surpreendido por esse convite [para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública]”

CONTRADITÓRIO

Ao ser perguntado sobre a estrutura do futuro ministério, o juiz afirmou que não poderia dar detalhes porque foi “surpreendido” pelo convite. Mas, na mesma entrevista, Moro disse ter sido procurado por Paulo Guedes, um dos homens de confiança de Bolsonaro e futuro ministro da Economia, no dia 23 de outubro –antes do segundo turno. Segundo Moro, Guedes “trazia uma sondagem” a respeito do interesse dele em compor o governo, caso Jair Bolsonaro fosse eleito.

O convite formal foi feito em 1º de novembro, quando Moro e Bolsonaro se encontraram pela primeira vez, segundo o juiz. Procurado, Moro não respondeu

MENTIRA 2

Diz Moro: “Não existe uma proposta concreta sobre esse tema [Escola sem Partido] por parte do governo [Bolsonaro], que nem tomou posse”

FALSO

No programa de governo registrado pela candidatura de Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a campanha há a defesa de uma educação com “mais matemática, ciências e português, sem doutrinação e sexualização precoce”.

Também há a afirmação de que, na educação, “um dos maiores males atuais é a doutrinação”.

Os dois temas são os principais pontos do projeto de lei 7180/2014, que tramita na Câmara e ficou conhecido como “Escola sem Partido”. O projeto propõe a alteração da lei de diretrizes e bases da educação para que seja dada “precedência aos valores de ordem familiar sobre a educação escolar” sobre questões morais, sexuais e religiosas.

Também prevê que seja proibida a inserção no currículo escolar de disciplinas que versem sobre “ideologia de gênero”. Procurado, Moro não respondeu.