Em 2016, Moro disse que ‘jamais entraria para a política’

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“Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”. A frase, dita em 2016 durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, é de Sergio Moro, ao ser perguntado sobre se “sairia candidato a um cargo eletivo ou se entraria para a política”.

Moro aceitou, nesta quinta-feira (1º), o convite para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito no domingo (28).

Ao jornal, há dois anos, Moro disse também que achava a política “uma atividade importante” e que via “mérito em quem atua” no setor, mas que, como juiz, estava “em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil”. “Então, não existe jamais esse risco”, concluiu.

A entrevista, concedida ao jornalista Fausto Macedo, foi publicada no dia cinco de novembro de 2016. Moro era juiz titular da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, responsável pelos julgamentos da Operação Lava Jato em primeira instância.

Moro também foi perguntado se já tinha votado no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao responder que não podia dizer, afirmou que achava “que o mundo da Justiça e o mundo da política não devem se misturar.”

Moro é o responsável por condenar e prender o Lula —que, desde abril, cumpre pena na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Responsável pela Lava Jato em Curitiba, Moro foi sondado para compor o ministério de Jair Bolsonaro (PSL) ainda durante a campanha.

Moro conversou com Bolsonaro durante esta manhã, no Rio de Janeiro, na casa do capitão reformado, na Barra da Tijuca.

Em nota, o futuro ministro disse que aceitou o convite para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública na gestão Bolsonaro após uma reunião para dis cutir políticas para a pasta.

O novo titular definitivo da Lava Jato ainda será definido.

Em mensagem no Twitter, Bolsonaro disse que “a agenda anticorrupção, anticrime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis, será o nosso norte!”.