Lideranças dizem a Bolsonaro que reforma da Previdência não passa em 2018
A volta a Brasília como presidente eleito ofereceu a Jair Bolsonaro uma amostra concentrada das dificuldades que enfrentará. Na celebração dos 30 anos da Constituição, parlamentares se revezaram com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para lembrá-lo dos limites impostos ao Executivo. Durante o dia, líderes do Congresso avisaram que não há como aprovar reformas ali antes da posse do novo governo.
Há entre as principais lideranças um acordo tácito para não discutir nenhuma proposta polêmica antes do fim do ano. A ordem, dizem os caciques, é esperar Bolsonaro apresentar com clareza as mudanças que pretende fazer e deixar que se entenda com o novo Congresso que tomará posse em fevereiro.
Na avaliação desses líderes, a equipe de Bolsonaro não tem segurança de que sua base apoiará uma reforma ambiciosa da Previdência. Eles apontam como obstáculos a força de corporações que rejeitam mudanças nas aposentadorias, como os militares, e de novatos muito sensíveis à pressão das ruas.
Embora Bolsonaro e seu guru econômico, Paulo Guedes, tenham reiterado o interesse em aprovar parte da reforma da Previdência ainda neste ano, até integrantes da equipe do presidente eleito se dizem céticos.