Queda da sindicalização no país prejudica trabalhador
A taxa de sindicalização do mercado de trabalho no país atingiu, no ano passado, o menor nível dos últimos cinco anos.
Em 2017, 14,4% das pessoas ocupadas eram sindicalizadas no país. Esse percentual, que corresponde a 13,1 milhões de pessoas, representa queda de 1,8 ponto percentual em relação ao início da série histórica, em 2012, e também seu pico.
Há cinco anos, 16,2% da população ocupada, ou 14,4 mil pessoas, eram sindicalizadas. No período, portanto, 1,3 milhão de pessoas deixaram os sindicatos no Brasil.
Os dados fazem parte de suplemento da Pnad Contínua, a pesquisa oficial de emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado na manhã desta quinta-feira (8).
A redução da sindicalização tem relação com a queda dos trabalhos formais. Atualmente o país observa movimento de substituição de empregos formais por trabalhos informais que, além de não terem a proteção das leis trabalhistas, dependem menos dos sindicatos para mediar a relação entre funcionário e patrão.
O impacto do fim da contribuição sindical obrigatória, ocorrido em novembro de 2017 com a aprovação da reforma trabalhista, ainda não está mensurado pelos números ora divulgados pelo IBGE.
De 2016 para 2017, último dado disponível, 441 mil pessoas deixaram os sindicatos, numa queda de 3,2% no período.
O ano de 2016 marcou a maior queda no contingente de pessoas ocupadas que eram associadas a sindicatos, de 7,4% ou de 1,08 milhão de pessoas. Na ocasião, a indústria foi o setor em que houve a maior fuga de sindicalizados, de 506 mil entre 2015 e 2016.
O setor público é o que apresenta a maior taxa de sindicalização. Sindicatos e associações de servidores públicos costumam ser mais fortes que as demais.
A taxa de sindicalização entre os ocupados do setor público estava, em 2017, em 27,3%, percentual que é 12,9 pontos acima da média brasileira de 14,4%.
O empregado do setor privado com carteira assinada é o segundo grupamento com a maior taxa de sindicalização, de 19,2%. O terceiro segmento de maior sindicalização é o dos empregadores (15,6%).
Com relação às diferenças regionais, Nordeste (15%) e Sul (16,2%) estiveram, em 2017, acima da média nacional, enquanto o Sudeste (13,9%), Centro-oeste (13,2%) e Norte (12,6%) apresentaram percentuais abaixo da média.
Da FSP