Rejeitada pelos brasileiros, privataria será adotada por Bolsonaro

Todos os posts, Últimas notícias

Sondado pela equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir a secretaria de privatizações, que será criada pelo novo governo, o empresário Wilson Poit, hoje secretário de Desestatização da Prefeitura de São Paulo, tem dito a interlocutores que privatizações são “um caminho sem volta” no Brasil.
Com exoneração do posto atual já confirmada, Poit deixa, nesta semana, a Prefeitura de São Paulo, sob a gestão de Bruno Covas.

Foi ele quem ajudou a criar a pasta da desestatização na capital paulista na gestão do tucano João Doria.
Eleito governador do estado, Doria o convidou para participar da administração estadual em pasta similar a partir de 2019, mas Poit não aceitou.

Procurado pela reportagem para falar sobre a possibilidade de seguir para o governo federal com Bolsonaro, Poit não quis se manifestar.

A interlocutores que o procuraram nesta quarta-feira (21), depois que veio a tona a notícia de que o presidente eleito o escolhera para o cargo, ele apenas confirma que foram feitas sondagens, diz que ouviu rumores e leu a repercussão nos jornais, mas sem nenhum convite oficial.

Sua versão é a de que, após sair da prefeitura, ele vai se dedicar a projetos pessoais e à família.
Poit viu sua secretaria de Desestatização sofrer investidas na gestão de Bruno Covas, que em junho publicou um decreto diluindo o poder Executivo da pasta entre várias secretarias.

A medida visava dar à secretaria de Desestatização uma função de consultoria técnica, sem poder administrativo ou de fiscalização das concessões e privatizações, estabelecendo que a licitação, a gestão e a fiscalização dos contratos ficassem sob responsabilidade das secretarias às quais estão submetidos cada equipamento a ser privatizado.

A despeito da diluição dos poderes da pasta durante sua experiência na prefeitura, Poit permaneceu defensor da guinada desestatizante.

“A tendência é que os projetos continuem caminhando, não só na cidade de São Paulo, como em outros lugares. O presidente e os governadores eleitos estão falando muito nisso”, disse Poit a um interlocutor.
Para empresários com experiência em privatizações, Poit é um bom nome, sério, e com caráter, mas não conseguiu entregar fortes resultados na prefeitura, apesar do esforço. Melhor seria um nome de um banqueiro especialista em fusões e aquisições, avaliam.

Formado em engenharia, Poit também passou pela gestão de Fernando Haddad (PT) antes de ingressar na gestão Doria. Ele ganhou notoriedade com a Poit Energia, empresa de locação de geradores e transformadores que fundou em 1999 e vendeu em 2011 para a líder mundial do setor por R$ 400 milhões.

A criação da secretaria de privatizações do governo Bolsonaro foi confirmada por Paulo Guedes, futuro ministro da economia, nesta terça-feira (20), com a missão de coordenar a venda de ativos estatais.

Da FSP