Itamaraty vai trabalhar para o agronegócio
O futuro ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou nesta sexta-feira (21) a redução no número de subsecretarias do órgão.
O Itamaraty tem hoje nove subsecretarias. Nos bastidores, diplomatas dizem que a expectativa é que o novo governo faça uma redução drástica, para seis ou cinco, promovendo a fusão de algumas, como Oriente Médio e África com Ásia e Pacífico.
“Vai ter uma diminuição. Não queria antecipar muito”, disse Araújo ao sair de reunião no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), sede do governo de transição.
Quando assumir, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deve editar uma medida provisória com a estrutura de seu governo e o formato dos ministérios.
Araújo não quis detalhar como será o novo formato do Itamaraty.
“Vai ser uma MP conjunta, eu não queria antecipar os dados do Itamaraty”, afirmou.
Questionado sobre eventual redução no número de funcionários do ministério, disse que “a orientação geral [do governo Bolsonaro] é a diminuição de [cargos] comissionados”.
“A carreira é a carreira. Tem a orientação geral de [redução no] número de cargos”, respondeu.
Araújo disse não saber o número de comissionados de cabeça e tampouco informou o percentual que deve ser reduzido.
Ele também não disse quem vai chefiar o departamento de agronegócio que deve ser criado no ministério.
Nesta madrugada, Araújo anunciou pelo Twitter a criação do departamento, com o objetivo de promover o agronegócio do Brasil no exterior.
“Estamos criando no Itamaraty um Departamento do Agronegócio para trabalhar junto com o Ministério da Agricultura na conquista de mercados internacionais. Daremos ao agro a atenção que no MRE ele nunca teve”, escreveu.
Segundo ele, “algumas negociações comerciais em curso são ruins para a agricultura” e serão reorientadas “em benefício dos produtores brasileiros”.
Ele disse ainda que as embaixadas serão orientadas a promover os produtos agrícolas brasileiros “ativa e sistematicamente”, e que a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) “será direcionada no mesmo sentido”.
Segundo ele, na nova política externa, “o Brasil não deixará de exportar frango e soja, carne e açúcar, mas passará a exportar também esperança e liberdade”.
Em 12 postagens na rede social, Araújo criticou os acordos comerciais fechados pelo Brasil, afirmou que vai fortalecer a “pujança agrícola” do país, disse que defenderá “o produtor brasileiro, nos foros internacionais, da pecha completamente falsa de ser agressor do meio ambiente” e que “nos governos petistas, o Itamaraty foi a casa do MST”, mas que “agora estará à disposição do produtor”.
Da FSP