Justiça não localiza Battisti e o considera foragido

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A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo considera foragido o italiano Cesare Battisti, que teve a prisão determinada pelo ministro Luiz Fux. Segundo a corporação, agentes fazem buscas para tentar encontrar o estrangeiro, que mora em Cananeia (SP), mas não está em casa.

Mais cedo, a PF disse que “o procurado encontra-se em local incerto e não sabido”. Como há um mandado de prisão em aberto e ele não foi achado nem se apresentou, passou a ser considerado foragido da Justiça.

O advogado Igor Tamasauskas, que defende Battisti, disse nesta sexta-feira (14) que não consegue contato com o cliente desde a noite da quinta-feira (13), quando foi a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) foi divulgada.

Segundo Magno de Carvalho, dirigente sindical amigo de Cesare, o italiano disse na semana passada que viajaria ao Rio de Janeiro. “Na última vez que falei com ele, ele iria ao Rio falar com o editor do livro que ele está escrevendo”, afirmou à Folha nesta sexta.

Em Cananeia, não houve movimentação na casa nova de Battisti nem em sua casa antiga. Também não houve sinal de viaturas ou agentes da Polícia Federal ao longo da manhã. Vizinhos afirmam que a última vez que viram o italiano foi em novembro. Disseram que ele morava sozinho na casa nova, no bairro Carijo, e era gentil na convivência, cumprimentando os moradores quando os encontrava na rua.

A Folha esteve no local e constatou, da janela principal da casa nova, sem cortinas, 14 livros empilhados na sala e um veículo Chevrolet Prisma, prateado, estacionado na garagem.

Em nota, a defesa do italiano afirmou que entrará com recurso. “Recebemos com surpresa a decisão diretamente pela mídia. Recorreremos para resguardar a segurança jurídica. Certa ou errada, a decisão de 2010 que autorizou a permanência de Battisti se consolidou pelo tempo”, disseram os advogados.

Uma prisão do escritor e ex-militante abre caminho para sua extradição, decisão que caberá ao atual presidente da República, Michel Temer (MDB), ou ao próximo, Jair Bolsonaro (PSL). Na manhã desta sexta-feira, Jair Bolsonaro disse em seu perfil pessoal no Twitter que a Itália pode contar com ele para a extradição.

A Itália pede a extradição de Battisti porque ele foi condenado em seu país pelo assassinato de quatro pessoas. O Supremo Tribunal Federal deliberou, ao discutir o caso, que os crimes que levaram à condenação do italiano não foram crimes políticos.

Da FSP