Para Doria, tragédia com atirador em Campinas não tem a ver com porte de armas
O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira não ver relação entre o ataque na catedral de Campinas (SP), em que um atirador matou cinco pessoas e depois se suicidou , com a discussão sobre a manutenção ou alteração do Estatuto do Desarmamento. Doria afirmou que, ao que tudo indica, o crime foi cometido por uma pessoa desequilibrada.
— A Polícia Civil de São Paulo começou a investigar, mas já há um pressuposto de que é uma pessoa com desequilíbrio mental e emocional, que, aliás, suicidou-se, como todos sabem, nessa mesma ocorrência. Não há relação com o tema de flexibilização ou não do porte de armas. Eu acho que esse é um debate que tem que prosseguir. Não vincularia esse fato a uma discussão que possa vir a influenciar essa decisão. Acho que é um debate positivo para a sociedade — disse Doria.
Ele também prestou solidariedade aos parentes das vítimas. E afirmou que, uma vez empossado, vai pôr em prática as promessas de campanha de ser duro em questões de segurança.
— Em São Paulo, nós temos uma posição muita dura em relação a segurança pública. Evidentemente só vamos praticá-la a partir de 1º de janeiro. A nossa posição em relação a temas de segurança continuarão sendo aqueles que propúnhamos durante a campanha. Não vemos razão, uma correlação desse fato lamentável e triste com esse fato com tema relativo a porte de arma — disse Doria.
As declarações foram dadas em entrevista após evento realizado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) com a presença de 23 governadores eleitos para discutir segurança pública. Não foram apenas os governadores eleitos de Goiás, Pará, Paraná e Tocantins. No caso do Pará, apareceu o vice-governador eleito. Também participaram da reunião os presidentes do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, além do ex-juiz e futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Também em entrevista, o presidente da OAB, Claudio Lamachia, disse ser contra a flexibilização do Estatuto do Desarmamento . Segundo ele, os problemas de segurança no Brasil não serão resolvidos armando as pessoas.
Do O Globo