Bolsonaro conversa com partidos de centro e centro-direita, mas sem grandes avanços
Segundo tempo
Sem avançar em passos concretos, a conversa de Jair Bolsonaro com partidos de centro e centro-direita serviu apenas para recolocar a bola no meio do campo. O presidente ouviu queixas sobre o isolamento de seus ministros e o discurso beligerante. Em atitude desarmada, deu razão aos interlocutores. Em um dos casos, chegou a pedir desculpas. Lavada a roupa suja, cabe ao governo distinguir os anseios de cada legenda. Várias frisaram não querer espaço no governo. Outras, silenciaram.
Prova do crime
Alguns parlamentares levaram relatos concretos de desatenção de ministros e dirigentes de estatais. Um deles chegou a mostrar mensagem que havia recebido do chefe de gabinete de Bolsonaro com uma negativa a um pedido de audiência.
Águas passadas
Quem acompanhou o presidente do PSD, Gilberto Kassab, contou a aliados que Bolsonaro abriu a audiência com um pedido de desculpas por declarações do passado. Ele chamou o ex-ministro de Michel Temer de “porcaria”. Kassab aceitou.
Só de papel passado
Integrantes do centrão dizem que os gestos do presidente, apesar de representarem um avanço, não indicam um caminho claro. Eles asseguram que ninguém vai aderir a um conselho político antes de firmar um pacto de coalizão governista –e de selar os termos de eventual acordo.
Feliz da vida
Fotografia em que ACM Neto, presidente do DEM, aparece sorrindo abraçado a Bolsonaro após seu encontro no Planalto virou piada no grupo de dirigentes partidários. “É cara de quem tem três ministérios e caminha para fechar o quarto”, brincou um aliado.
Casamento de aparência
Integrantes do DEM não reagiram com tanto entusiasmo. Eles dizem que, no cotidiano do Congresso, o ânimo da bancada com as atitudes de Bolsonaro e do PSL é outro.
Evidências
A postagem em que Carlos Bolsonaro menciona um “sistema corrupto” que tentar sujar seu pai –feita logo após as primeiras reuniões– e a entrevista ao Estado de S. Paulo em que o líder do PSL, delegado Waldir (GO), atacou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foram usadas como símbolos de que o Planalto é inconfiável.
Fim do cessar-fogo
O tiroteio a que o ministro Paulo Guedes (Economia) foi submetido na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, na quarta (3), reavivou cizânia entre os nomes do PSL que ocupam cargos de liderança.
Passa senão fede
O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), ficou incomodado com as críticas de que manejou mal o colegiado, permitindo que Guedes fosse inquirido pela oposição horas a fio. Disse a aliados que o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), falhou ao não pedir a revisão da lista de inscrições.
Passa senão fede 2
Delegado Waldir, que passou rapidamente pela comissão, também apontou o dedo para o líder do governo. Este, por sua vez, rebateu: “Defendi a nova Previdência, ressaltando a ação do ministro, de sua equipe e do presidente. Falei do mérito e da admissibilidade. Não vi o líder do PSL falar nada”.
Passa senão fede 3
Hugo também lembrou críticas recentes de Waldir à reforma da Previdência. “Ele não tem qualquer compromisso com o governo. Incoerência total.”
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Paulo Guedes participa de sessão na Câmara dos Deputados
Minha Folha
Fim da trégua
O ministro Ricardo Vélez (Educação) tirou a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas da inação ao declarar que revisaria livros didáticos que tratam do golpe de 1964. As duas entidades debatem ações contra a nova gestão do MEC.
Nova aliança
O PT tenta refazer pontes com o eleitorado evangélico, que migrou com força para Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.
Nova aliança 2
A sigla realiza, em SP, nesta sexta (6) e sábado (7), o 1º Encontro de Evangélicos. Gleisi Hoffmann, Benedita da Silva e João Pedro Stédile falam no ato.
Da FSP