Bolsonaro tenta minimizar atrito com palestinos em sua viagem a Israel
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta segunda-feira (1º) a decisão de abrir uma representação comercial brasileira em Jerusalém, dizendo que seu governo está procurando minimizar os atritos com os palestinos sobre o tema.
“A informação que a gente tem é que o embaixador brasileiro em Ramallah [Cisjordânia, sede do governo palestino] já conversou com os representantes sobre isso e que o clima já teria ficado mais ameno com relação à Autoridade Palestina”, disse Bolsonaro a repórteres.
“Eu não pretendo ter atrito com ninguém no mundo, tá? Nós queremos aprofundar negócios com o mundo todo”, acrescentou o presidente.
“Agora, Israel tem o seu direito de escolher a sua capital. Ponto final. Se o Brasil hoje fosse, por exemplo, abrir a sua diplomacia com Israel, onde é que seria a embaixada? Seria em Jerusalém. Toda essa questão aí é simbólica, por um lado; outro lado é respeitar as decisões do respectivo Estado.”
Ao optar pela abertura de uma escritório comercial, em vez de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, o governo Bolsonaro buscou evitar um atrito ainda maior com os países árabes, que insinuaram boicote de importação de carne brasileira.
A medida ainda gerou protestos por parte da Autoridade Nacional Palestina, com quem as relações, no entanto, não envolvem trocas comerciais.
Bolsonaro também comentou o fato de ter sido acompanhado pelo premiê Binyamin Netanyahu durante visita ao Muro das Lamentações, na parte oriental de Jerusalém.
Como se trata de área disputada por israelenses e palestinos, poucos líderes mundiais aceitam visitar o local ao lado do primeiro-ministro israelense.
Em geral, as autoridades estrangeiras preferem classificar a ida ao muro como uma ação de caráter privado e não como uma visita de Estado.
Segundo Bolsonaro, foi Netanyahu que decidiu acompanhá-lo, e não o contrário.
“Ele é que decidiu me acompanhar e para mim foi motivo de honra e satisfação ir com ele no Muro das Lamentações”, afirmou.