Desemprego na capital paulista atinge mais de 16% da população
O desemprego vem-se agravando na Região Metropolitana de São Paulo, que abrange a capital e mais 38 municípios vizinhos. A taxa de desemprego na região passou de 15,5% em fevereiro para 16,1% em março, atingindo um total de 1,772 milhão de pessoas, 61 mil pessoas a mais de um mês para outro, segundo pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Essas taxas são superiores às calculadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a qual a taxa de desemprego em todo o País ficou em 12,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro.
Isso se deve, em boa parte, à metodologia adotada pela Seade/Dieese, que leva em conta tanto o desemprego aberto (incluindo pessoas que procuraram trabalho nos últimos 30 dias anteriores à pesquisa) quanto o desemprego oculto (pessoas que exercem trabalhos precários, bicos ou que desistiram de procurar emprego). O desemprego aberto na região subiu de 12,8% para 13,5%, enquanto o oculto registrou ligeira queda, de 2,7% para 2,6%, sempre no período considerado.
A nota da Seade/Dieese esclarece que a elevação do desemprego total em março decorreu da eliminação de 91 mil postos de trabalho (-1,0%), movimento atenuado pela saída de 30 mil pessoas (-0,3%) da População Economicamente Ativa (PEA) da região metropolitana.
Essa constatação das entidades indica que São Paulo, tradicionalmente um polo de atração da mão de obra, pode estar perdendo profissionais que buscam colocação em outras regiões do País ou no exterior. Seja como for, o contingente de trabalhadores ocupados na região metropolitana continua muito elevado, chegando a 9,234 milhões.
A indústria de transformação foi o único setor que contratou em março, com acréscimo de 51 mil vagas (3,7%). A construção civil despediu 15 mil trabalhadores (2,8%), o comércio fechou 17 mil vagas (1,0%) e o setor de serviços, 92 mil (1,6%).
Houve, porém, uma pequena melhora de rendimento médio real por mês para os ocupados em geral, o qual ficou em R$ 2.091 (mais 0,3%); para os assalariados, o aumento foi de 1,0%, passando a R$ 2.174.
Do Estadão