Feliciano protocola impeachment de Mourão; este, porém, não está nem aí
O deputado Marco Feliciano, do Podemos de São Paulo, protocola hoje às 17h30 um pedido de impeachment de Hamilton Mourão. Feliciano, que é vice-líder do governo no Congresso, acusou o vice de manter “conduta indecorosa, desonrosa e indigna”.
Trata-se de mais um lance na disputa dos evangélicos olavistas — dos quais Feliciano é o primeiro-tenente — contra os generais do governo Bolsonaro.
“A nação não pode ficar à mercê dos maus governantes, da vaidade e do despreparo emocional daqueles que alçados a cargos de relevo se deslumbram com o poder”, escreveu no documento de 13 páginas, em que citou trechos do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, escrito por Janaina Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, há três anos.
Feliciano disse que redigiu o impeachment de Mourão ontem, pelo celular, em voo da Cidade do Panamá a Brasília. Voltava de viagem aos Estados Unidos, onde se encontrou com… Olavo de Carvalho.
Fez questão de gravar vídeos com o escritor e até puxou uma oração com ele. A orelha de Mourão ardeu.
Feliciano afirma que o pedido de impeachment é “um tiro para cima”.
Ao ser perguntado quem é Mourão, que ele acusa de crimes de responsabilidade que levariam à sua destituição, Feliciano sorriu: “Ele conspira, sonha com o poder, e acaba se tornando um idiota deslumbrado”.
Mas não só: Feliciano estendeu a suspeita a outros ministros do Palácio do Planalto, sem declinar nomes. Bolsonaro tem três generais como ministros no palácio: Augusto Heleno, Alberto dos Santos Cruz, e Floriano Peixoto.
“O senhor não era ninguém. Mantenha-se na sua insignificância”, disparou, contra o vice. E o chamou de “duas caras”: “Na campanha era o homem bravo. Agora é o garotinho mansinho, bonitinho, queridinho e perfumado”, disse, emulando Zeca Dirceu.
De Época.