Propaganda do governo teve que usar ator para ter um rosto que defendesse a ditadura
Este senhor simpático, que aparece de general da banda, comendo um sanduíche de mortadela num comercial da Sadia, é o ator Paulo Amaral.
É o mesmo que dá seu “testemunho” de que “o povo de verdade” exigiu e, em 1964, “o Exército libertou o Brasil” dos comunistas que “prendiam e matavam seus compatriotas” no vídeo distribuído pela Presidência da República.
O Amaral, coitado, não estava defendendo o golpe, só estava defendendo uns trocados.
Uma mortadelazinha.
Jamais poderia imaginar que estava numa missão secreta do incrível exército de Jair Bolsonaro ou que estava fazendo um “fake movie” para o Palácio do Planalto divulgar.
Mas não tem problema, Amaral, porque o repórter Gustavo Maia, de O Globo, descobriu a história.
E como dizem os versículos sempre citados pelo presidente, “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Inclusive das propagandas oficiais falsas, apelativas, indignas, mentirosas.
E, talvez mais cedo do que se pensa, de que um homem capaz de atitudes canalhas como tratar assim um episódio que custou o sofrimento e a vida de gerações de brasileiros esteja sentado na cátedra presidencial.
Do Tijolaço