Vélez troca chefe de gabinete por militar

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O Ministério da Educação (MEC) sofreu mais duas baixas. Foram demitidos o assessor especial do ministro, Bruno Garschagen, e a chefe de gabinete, Josie de Jesus, substituída por mais um nome militar na pasta.

As exonerações foram publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira (4) e assinadas pelo chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni.

Josie de Jesus era ex-funcionária do Centro Paula Souza, em São Paulo, e ficou menos de um mês no cargo. Ela teve a nomeação publicada no dia 11 de março. No lugar dela, o MEC anunciou Marcos de Araújo, ex-subcomandante geral da Polícia Militar do Distrito Federal e professor da Academia dos Bombeiros de Brasília.

Ele entra na pasta uma semana depois de o também militar Ricardo Vieira Machado assumir como secretário-executivo, a posição número 2 do MEC. O cargo estava vago desde o dia 12.

Assessor especial do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, Garschagen também é considerado muito próximo do guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho. O assessor permaneceu na função por dois meses, tendo sido nomeado em 30 de janeiro.

Ele é formado em direito, tem mestrado em ciências políticas e é autor de um livro intitulado “Pare de acreditar no governo”. A pasta ainda não anunciou um novo nome para o lugar de Garschagen.

O MEC vive desde o início de março um turbilhão envolvendo exonerações e mudanças que já atingiu ao menos 20 cargos. Sem experiência em gestão e com poucas conexões com o debate educacional, Vélez montou sua equipe a partir da indicação de vários grupos —o que resultou em um mosaico de interesses e disputas.

A dança de cadeiras no MEC começou em 8 de março. Ao tentar dar agilidade às ações do MEC, o movimento atingiu discípulos do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo e responsável pela indicação de Vélez ao cargo.

O grupo olavista iniciou, assim, uma campanha de ataques que atingiu o ministro e pessoas ligadas a outros grupos, como militares e técnicos oriundos do Centro Paula Souza. Ricardo Roquetti, um dos assessores mais próximos de Vélez, foi o primeiro a entrar na mira dos olavistas e o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) exigiu sua demissão.

Vélez ainda precisou demitir o secretário-executivo, Luiz Antonio Tozi. A mesma pressão dos olavistas não permitiu que o ministro nomeasse dois substitutos anunciados para o lugar de Tozi, o que resultou na demissão de Iolene Lima.

Na semana passada, o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido ao ser responsabilizado pela suspensão da avaliação de alfabetização —medida tornada sem efeito depois.

Também sem ter sido consultada sobre o tema, a secretária de Educação Básica do MEC, Tania Leme de Almeida, pediu demissão.

Da FSP