Zema faz 1 viagem aérea a cada 5 dias no governo de MG

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O hoje governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, fez campanha eleitoral criticando duramente o uso de aeronaves do estado pelos antecessores no cargo.

Mas já fez 16 viagens em aeronaves oficiais, o equivalente a uma a cada cinco dias, entre 16 de janeiro e 29 de março, de acordo com dados do Portal da Transparência do governo de Minas divulgados nesta semana.

Os destinos mais constantes nas viagens do político do Novo foram os aeroportos Juscelino Kubistchek, em Brasília, e Romeu Zema, em Araxá (MG), que homenageia o avô do governador, em sua cidade natal, distante 368 km de Belo Horizonte.

Zema também utilizou aeronaves oficiais para seus deslocamentos entre Belo Horizonte e Brumadinho (MG), na região metropolitana de capital, após o rompimento da barragem da Vale, que em janeiro matou mais de duas centenas de pessoas no município.

Em vídeo após ser eleito, anuncia o “fim da farra dos aviões” e a venda do primeiro avião, “conforme compromisso assumido em campanha”.

“Nunca mais Minas vai ser o estado que vai ficar levando o governador e seus familiares para compromissos particulares. Temos de respeitar o dinheiro que o povo mineiro paga de impostos”, diz na filmagem.

“Coloquei à venda o primeiro avião da frota aérea que serviu aos ex-governadores do estado. Está muito usado, mas bem conservado e com a manutenção em dia”, afirmou, ressaltando a “grande oportunidade” para quem quisesse adquirir o veículo.

O avião LearJet, fabricado em 1984, com capacidade para oito passageiros e dois tripulantes, e 4.720 horas de voo, foi posto à venda em fevereiro por R$ 2.226.700, por meio de licitação.

Pouco mais de um mês depois, em 23 de março, foi comprado por uma empresa de táxi aéreo, por R$ 2.226.710. Um ágio de R$ 10 sobre o valor inicial.

Antes de assumir o cargo, Zema se comprometeu a acabar com a “mordomia” dos governos anteriores e manteve o discurso após a posse. No relatório dos voos de Zema não foram divulgados os valores gastos nos deslocamentos.

Em novembro do ano passado, Zema disse que iria acabar com o que ele classificou durante a campanha de “farra dos aviões” e “mordomia dos governadores mineiros”.

“Eu quero acabar com isso, de que o governador tem que viver como uma majestade. Tem uma Força Aérea para o governador. Pretendo acabar com isso. Se precisar urgente, eu vou de táxi aéreo”, disse o político.

Em 1º de janeiro, logo após sua posse, Zema enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) justificando assim sua ausência na cerimônia do novo mandatário, em Brasília: “Seria uma incongruência já nas primeiras horas de mandato fazer uso dessa estrutura [as aeronaves à disposição dos governadores mineiro] cara e que será cortada, como uma das primeiras medidas de contenção de despesas do governo eleito”.

Procurada pelo UOL, de terça (16) a ontem, a assessoria de imprensa do governador mineiro informou que comentaria o assunto, mas não respondeu até a publicação deste texto. Assim que enviar o comentário, será incluído.

Do UOL