Após comemorar o cancelamento da viagem de Bolsonaro a NY, prefeito rebate crítica
Se ser radical é ir contra sua ideologia destrutiva, somos radicais com orgulho, diz prefeito de NY a Bolsonaro
Bill de Blasio volta a criticar presidente e responde a afirmação do brasileiro de que se comporta como ‘radical’
Após comemorar o cancelamento da viagem de Jair Bolsonaro a Nova York, o prefeito da cidade norte-americana voltou a criticar o presidente brasileiro neste sábado (11).
Em uma rede social, o democrata Bill de Blasio mandou o seguinte recado a Bolsonaro: “Se você quiser invadir nossa cidade e se vangloriar de destruir nosso ambiente ou de como você é um ‘homofóbico com orgulho’, os nova-iorquinos vão dizer que você falou porcaria. Se ser ‘radical’ é se levantar contra sua ideologia destrutiva, então somos radicais com orgulho”.
Bill de Blasio respondia a uma declaração feita por Bolsonaro na quinta-feira (9), durante café da manhã com deputados, em que o presidente se queixava das atitudes do norte-americano. A declaração foi reproduzida nos EUA pelo jornal “New York Daily News”.
“Eu não poderia comparecer a uma cidade onde o chefe do Executivo, o prefeito, no caso, se comportava como um radical, promovendo e se preparando para fazer manifestações, as piores possíveis, contra a minha presença”, disse o presidente brasileiro.
No início do mês, Bolsonaro cancelou sua viagem a Nova York, onde seria homenageado no dia 14 de maio com o prêmio de “Pessoa do Ano”, após o Museu de História Natural de Nova York se recusar a receber o evento e uma série de manifestações pressionarem os patrocinadores a não vincularem suas marcas à imagem do presidente.
Segundo o gabinete do porta-voz da Presidência, “em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”.
Agora, a homenagem será entregue na semana que vem a Bolsonaro em Dallas, no Texas. No encontro com parlamentares, o presidente disse que a sua presença já foi acertada com o ex-presidente George W. Bush e com o senador republicano Ted Cruz.
“Se eu não posso ser bem recebido em Nova York, seremos no Texas, como está tudo acertado pelo ex-presidente Bush”, disse.
Em entrevista a uma rádio, em abril, o prefeito de Nova York disse que Bolsonaro não era bem-vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e “ser humano perigoso”.
O democrata tentar se colocar como candidato do Partido Democrata na eleição presidencial dos EUA.
Mas, segundo processo conduzido pelo departamento de investigação de Nova York, Blasio pediu contribuições de empresários que tinham negócios com a cidade, uma violação do código de ética municipal.
O assunto foi encaminhado para um conselho que delibera sobre eventuais conflitos de interesses, com quatro dos cinco integrantes indicados pelo próprio Blasio. Um deles, inclusive, foi um dos doadores de sua campanha.
No colegiado, a investigação correu em sigilo e foi encerrada em 2018, sem acusação contra o prefeito, apesar de promotores concluírem que as práticas do político iam “contra o espírito da lei”.
Da FSP