Após quebra de sigilo, Flávio segue alegando que investigações são desculpas para atingir o governo
Após a revelação de que seu sigilo fiscal e bancário foi quebrado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PSL) afirmou que o Ministério Público não vai conseguir usá-lo “para atingir o governo de Jair Bolsonaro (PSL)”.
“A verdade prevalecerá, pois nada fiz de errado e não conseguirão me usar para atingir o governo de Jair Bolsonaro”, escreveu o filho mais velho do presidente em nota.
Flávio ainda repetiu as declarações de ontem, quando classificou as investigações do MP-RJ como “ilegais”.
“O meu sigilo bancário já havia sido quebrado ilegalmente pelo MP/RJ, sem autorização judicial. Tanto é que informações detalhadas e sigilosas de minha conta bancária, com identificação de beneficiários de pagamentos, valores e até horas e minutos de depósitos, já foram expostas em rede nacional após o Chefe do MP/RJ, pessoalmente, vazar tais dados sigilosos”, diz a o texto.
O jornal O Globo revelou que, além do senador, sua esposa, Fernanda Bolsonaro, e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, tiveram o sigilo bancário e fiscal quebrados por uma decisão judicial. A decisão também vale para as duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, e para sua esposa, Marcia.
Segundo informações do jornal, o período autorizado para quebra do sigilo vai de janeiro de 2007 a dezembro do ano passado. A quebra atinge ainda 88 funcionários do gabinete de Flávio, além de suas empresas e respectivas famílias.
Entre os que terão o sigilo quebrado, estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope e acusado de liderar a milícia “Escritório do Crime”. Foragido, Nóbrega é acusado de vários homicídios e chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro na Alerj.
A quebra de sigilo se dá no âmbito das investigações a respeito de movimentações financeiras atípicas na conta de Fabrício Queiroz entre 2016 e 2017. Queiroz movimentou ao menos R$ 1,2 milhão no período, conforme revelado por um relatório do Coaf. Uma das movimentações inclui um cheque destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Os dados foram revelados por um relatório do do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Em outro relatório, divulgado pela TV Globo, o órgão mostrou que, entre junho e julho de 2017, foram feitos 48 depósitos na conta de Flávio Bolsonaro, totalizando R$ 96 mil.
Do UOL