Cesar Callegari: “Interessa a esse tipo de governo provocar o caos”

Todos os posts, Últimas notícias

PROVOCADORES DE BALBÚRDIA

É de propósito! É de caso pensado!
O governo Bolsonaro que agora acusa as universidades de “balbúrdia”, está, ele sim, promovendo uma balbúrdia proposital e sem precedentes em setores estratégicos do país.

Satanizam a oposição e semeiam a intolerância política e ideológica.
Seus principais alvos, contudo, são as instituições democráticas e a soberania nacional.

Trata-se de uma estratégia cuidadosamente pensada e implementada. Não é obra de tresloucados psicopatas, como pode parecer.
A começar pelo próprio presidente da república, estamos diante de provocadores profissionais. A eles não interessa a paz e a união nacional. Longe disso.
Identificar, instigar e atacar inimigos internos e externos, reais ou fictícios, é sua tática de sobrevivência. Não pretendem a maioria. Alimentar todos os dias e coesionar sua pequena base “xiita babo-ululante”, para eles é o suficiente.

NÃO VÃO PARAR. TERÃO QUE SER PARADOS. MAS COMO?

Interessa a esse tipo de governo provocar o caos. E estimular reações que possam justificar mais desmontes, mais privatização e mais violência. Seja a violência do Estado, seja aquela que venha ser executada por milícias e aproveitadores de toda espécie.
As forças democráticas e progressistas não podem se deixar envolver por esse jogo.

Ao dizer que as universidades são uma balbúrdia e deliberadamente mentir para desqualificá-las, estimulam revolta, querem enquadrá-las, enfraquecê-las e, afinal, privatizá-las.

Ao cortar verbas para as instituições superiores de ensino e pesquisa, propagam a desorganização, minam a inteligência nacional e nos tornam mais dependentes.

Ao ameaçar, perseguir e censurar professores, escritores, sindicatos, organizações da sociedade civil, minorias, meios de comunicação, produtores culturais e artistas, querem controlá-los provocando o medo, o individualismo, a divisão e o desespero.

Ao suspender repasses para escolas rurais de assentamentos de trabalhadores sem terra, ameaçam crianças para, de propósito, enfurecer seus pais. Para, em seguida, atacá-los sem piedade.

Ao desmontar instituições de proteção ao meio ambiente, promovem a devastação, a asfixia, o repúdio de todo o mundo e a desmoralização do país.

Ao propor a eliminação da proteção constitucional (vinculações orçamentárias ) à educação e à saúde, querem destruir o setor público para entregá-lo ao mercado.

Ao defenderem o armamentismo e autorizar assassinatos descriminalizando-os, propagam a violência.

Ao propor uma reforma previdenciária desumana e a precarização das relações de trabalho, alimentam a desesperança, o adoecimento, a miséria e a morte precoce. Mais uma vez, o capital valendo mais do que as pessoas.
A própria mistificação sobre o déficit da previdência serve aos propósitos de esconder a absoluta ausência de qualquer projeto de desenvolvimento econômico e social. Como se eliminando o “déficit” da previdência fosse possível resolver, por mágica, os graves problemas do Brasil. Mentira!!!!

Não estamos sós. Somos muitos e somos fortes. É hora de nos aproximarmos dos próximos e buscarmos os distantes. Mais do que nunca, é preciso unidade na luta.

Atrás desses ataques propositais e de uma balbúrdia calculada há interesses poderosíssimos, internos e externos. Sabemos disso.
Para esses, um Brasil democrático, desenvolvido, socialmente justo, ambientalmente responsável, uma potência relevante no cenário internacional, tudo isso representa uma ameaça. Nos querem fracos e submissos. Mas não conseguirão!!!

Haveremos de reagir. E que essa reação seja inteligente e responsável. Sobretudo propositiva.
É verdade que nos falta, ainda, um projeto de Nação. Um projeto capaz de sustentar uma frente ampla contra o fascismo e o entreguismo, pela democracia, o desenvolvimento e pela justiça social. Também é verdade que somos capazes de construí-lo. Desde já, apesar de tudo, cumpre defender com coragem as instituições e direitos pelos quais que lutamos muito para conquistar. Isso nos une.

Resistir é importante, mas é preciso avançar. Já é hora de rebeldia. Que seja uma rebeldia criativa, solidária, democrática e agregadora. Na defesa radical de nossos valores humanistas mais caros.
Com o cuidado de não fazer o jogo do inimigo e de não nos rebaixarmos à sua ( deles) condição de bestas-feras.

Falo daquela rebeldia corajosa e irreverente que, ao longo da história, a juventude, os filósofos, os artistas , os idealistas e os libertários de todo o mundo têm nos ensinado.

Não estamos sós. Somos muitos e somos fortes. É hora de nos aproximarmos dos próximos e buscarmos os distantes. Mais do que nunca, é preciso unidade na luta.

Venceremos.

Maio de 2019

Cesar Callegari, do Facebook