Chanceler vai visitar 3 países: dois são ditaduras e o outro está próximo de ser
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, embarca neste domingo para uma viagem a três países que estão alinhados sob o ponto de vista político com o governo do presidente Jair Bolsonaro: Itália, Hungria e Polônia.
O chanceler quer aproveitar o bom relacionamento com essas nações para buscar investimentos em infraestrutura para o Brasil e aumentar as exportações brasileiras de produtos da indústria de defesa, como aeronaves da Embraer e armas.
A Itália será o primeiro destino de Araújo. Um de seus interlocutores será o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, filiado à Liga (ex-Liga Norte), que defende, entre outras coisas, a imposição de barreiras à imigração. O chanceler de Bolsonaro ficará naquele até país quarta-feira e aproveitará sua estadia para uma visita ao Vaticano.
Araújo ficará na Europa até sexta-feira. Após a Itália, ele seguirá para a Hungria e depois para a Polônia, países cujos dirigentes se aliaram a Bolsonaro desde as eleições brasileiras no fim do ano passado. O presidente húngaro Viktor Orbán, por exemplo, veio ao Brasil para a posse do presidente da República, em 1º de janeiro deste ano.
Hungria e Polônia se comprometeram a investir 2% de seus respectivos produtos internos brutos (PIB) em defesa, em um acordo fechado com a Otan. A Polônia já atingiu esta meta e está disposta a ampliar o percentual para 2,5%, o que representaria compras extras de aproximadamente US$ 14 bilhões. Já a Hungria, para alcançar o acertado, terá de expandir seus gastos militares em US$ 2,3 bilhões. Com os italianos, existe a possibilidade de maior integração entre as indústrias de defesa do Brasil e da Itália.
Segundo uma fonte do governo brasileiro, há uma perspectiva de que, com a aprovação das reformas no Brasil, com destaque para a tributária e da Previdência, o Brasil passe a receber mais investimentos diretos. Também estão na agenda a promoção de produtos brasileiros nesses países e o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que deverá ser fechado até o fim deste semestre.
No mês passado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, viajou à Hungria e à Itália. O objetivo da viagem foi dar continuidade ao chamado Movimento, idealizado pelo americano Steve Bannon, ex-estrategista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para criar um bloco ultraconservador na Europa.
De O Globo