Governo estadual sabia sobre risco de violência nos presídios do AM quatro dias antes

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Um relatório datado quatro dias antes do início da onda de violência que deixou 55 mortos em presídios do Amazonas alertou o governo estadual para o risco iminente de mortes no sistema penitenciário.

Finalizado no último dia 22, o documento, produzido pelo Departamento de Inteligência Penitenciária (Dipen) e revelado pelo jornal A Crítica, afirma que “um evento de grande vulto estaria marcado para os próximos dias nas unidades prisionais da capital”.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29), o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas (Seap), o tenente-coronel da PM Marcus Vinícius Almeida, negou que tenha havido negligência.

“Foi aventada a possibilidade de essas mortes continuarem por asfixia [na segunda-feira à tarde]. Imediatamente, o estado se deslocou para as unidades prisionais (…) e descartou um processo que seria de madrugada”, disse.

“O estado anteviu a situação”, assegurou. “A questão iria começar na segunda para terça-feira. Na segunda-feira à tarde, nós desencadeamos a operação e salvamos 225 vidas.”

O relatório atribui a tensão nos presídios a um racha na facção criminosa FDN (Família do Norte), processo desencadeado em 2017 que estaria criando uma nova facção no estado, FDN Pura ou Potência Máxima.

De acordo com o Dipen, havia de 15 a 20 internos marcados para morrer. O epicentro seria no Centro de Detenção Provisório Masculino 1 (CDPM 1), mas “não se descarta que ações simultâneas possam ocorrer nas demais unidades”.

“É importante destacar que acontecimentos como estes são de difícil controle por parte do Estado, pois a motivação única é a eliminação de rivais”, conclui.

Da FSP