Granadas de gás lacrimogênio atingem estudantes em Porto Alegre
Estudantes que protestavam no dia nacional de greve da educação, em Porto Alegre, foram atingidos por granadas de gás lacrimogênio atiradas pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Os policiais usaram as bombas para tentar dispersar os manifestantes que protestavam nesta quarta-feira (15) contra os cortes da educação na região da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Reunidos desde a manhã o dia de luta nacional, os estudantes iniciaram uma caminhada por ruas nos arredores do campus da UFGRS, região central da capital gaúcha.
Segundo relatos colhidos pela reportagem do Sul21, estudantes da universidade iniciaram por volta das 7h a organização do protesto. Por volta das 11h, um grupo de 50 estudantes iniciou um protesto da Av. Paulo Gama, uma das vias do entorno da universidade, bloqueando o trânsito temporariamente e liberando na sequência.
Pouco antes do meio-dia, os estudantes se dirigiram para à rua Sarmento Leite, onde também bloquearam o trânsito, dessa vez de forma ininterrupta por cerca de 15 minutos. Nesse momento, a tropa de choque da Brigada Militar disparou pelo menos três bombas de efeito moral. “Tivemos que correr pra dentro da faculdade para não nos ferirmos”, disse Helena Andrade, estudante de Arquitetura e Urbanismo.
A Brigada afirma que ninguém ficou ferido. O estudante de Arquitetura Bruno Xavier dos Santos, conta que foi atingido por um estilhaço na altura da coxa, mas que, como estava com uma jaqueta em volta da cintura, o ferimento foi apenas superficial.
O tenente-coronel Luciano Moritz, comandante do 9ª Batalhão da Brigada Militar, afirmou que a ação policial ocorreu por volta do meio-dia, quando um grupo de cerca de 140 estudantes bloqueou o tráfego de veículos.
“Não se pode confundir protesto com bagunça. Não se pode confundir manifestação com o bloqueio do direito de ir e vir da coletividade”, afirmou Moritz em reportagem do UOL, explicando que policiais tentaram negociar a desobstrução das ruas. Por não terem sido atendidos, realizaram uma “dispersão induzida” usando bombas de gás lacrimogêneo e de intimidação por som.