Impeachment ainda está fora da agenda de Rodrigo Maia
Os debates sobre eventual impeachment de Jair Bolsonaro, que ganharam impulso na semana passada, começaram a arrefecer.
As razões principais são duas: o vice-presidente, Hamilton Mourão, não inspira confiança suficiente no universo político para ganhar apoio e assumir o cargo —situação oposta à de Michel Temer quando era vice de Dilma Rousseff.
Mourão assumiria nos seguintes casos: impeachment, renúncia ou morte do presidente. Ele só não ocuparia a Presidência caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casasse a chapa que concorreu à eleição em 2018— Bolsonaro como presidente e ele como vice.
Caso isso ocorresse antes de Bolsonaro e Mourão completarem dois anos de mandato, seriam convocadas eleições diretas. Depois de dois anos, eleições indiretas.
A segunda razão de bloqueio do impeachment é que o tema está, neste momento, fora da agenda do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Sem a anuência dele, que comanda a pauta do parlamento, propostas de impedimento não conseguem prosperar.
Maia já afirmou a interlocutores que, se os deputados pregam o fortalecimento das instituições, não podem recorrer a atalhos antidemocráticos, tentando criar um ambiente “sem base” para o impeachment.
Ele tem se posicionado também contra as propostas de semipresidencialismo, que limitariam o poder de Bolsonaro.
Da FSP