Major Olímpio sobre Moro: ‘Não dá para defender quem não quer ser defendido’

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O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), disse ter sido procurado por telefone pelo ministro Sergio Moro (Justiça) nesta terça-feira (28) para pedir ponderação na votação da MP da reforma administrativa do governo Bolsonaro.

“Ele [Moro] agradeceu todo o esforço e disse que está preocupado com a estrutura do governo. Ele me pediu que eu ponderasse”, afirmou Olímpio à Folha.

O governo teme que, ao tentar manter o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) na Justiça, o texto volte à Câmara e não seja votado até segunda-feira (3), o que faria a medida provisória caducar. A Câmara aprovou na semana passada o envio do Coaf para o guarda-chuva no Ministério da Economia.

Se a MP perder a validade, a estrutura do governo em vigor desde 1º de janeiro será desfeita e para voltar ao desenho do governo Michel Temer, com 29 ministérios, em vez dos atuais 22.

O senador Major Olímpio ainda avalia se vai manter ou não o apoio à alteração. “Não dá para você defender uma situação em que o defendido não quer ser defendido”, afirmou Olímpio.

Hoje, senadores de vários partidos afirmaram ter votos suficientes para aprovar a manutenção do Coaf na Justiça. Mas, caso isso seja confirmado, haverá um impasse com a Câmara.

A medida provisória 870, que trata da reestruturação ministerial e da situação do Coaf, precisa ser votada pelo Congresso até a próxima segunda-feira (3), caso contrário perde a validade. Se houver alteração no Senado, a MP volta para a Câmara, que, na prática, tem até esta quinta-feira (30) para se posicionar, já que nas sextas e segundas os políticos não costumam estar em Brasília.

Nesta terça-feira, o governo ainda tenta um acordo para pacificar o Senado sobre a definição sobre qual pasta deve abrigar o Coaf antes da votação em plenário, prevista para o fim da tarde.

Nesta segunda, por meio do porta-voz da presidência da República, Bolsonaro fez um novo apelo para que os senadores aprovem o texto da MP sem alterações. O governo, porém, tem dificuldades para controlar parlamentares até do próprio PSL. E as manifestações de domingo (26) exaltando Moro e cobrando os congressistas, na prática, elevaram a tensão que pode deixar a MP em xeque.

Da FSP