‘Minha Casa, Minha Vida’, criado por Lula, transformou a vida de famílias de diferentes rendas
O programa “Minha casa, minha vida” (MCMV) foi criado no governo Lula, em 2009, com a meta de construir um milhão de residências. Em dez anos, fechou cinco vezes mais contratos — 5,5 milhões de unidades, com mais de quatro milhões já entregues, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional — e promoveu mudanças na vida de muitas famílias.
O corretor de imóveis Carlos Eduardo de Abreu Mendes, de 37 anos, enxergou no MCMV a oportunidade de sair da casa da sogra. Financiou, pela faixa 2, um apartamento da Living de dois quartos, com 48 metros quadrados, na Estrada do Mendanha, em Campo Grande. O imóvel foi entregue em 2012, quando se mudou. Ele começou pagando R$ 630 por mês, mas, devido às amortizações que fez com a esposa, hoje paga R$ 250. Mendes só vê vantagens na opção que fez:
— Gosto da localização, próxima ao comércio, e também da infraestrutura. Temos salão de festas, churrasqueira, piscina, quadra poliesportiva, vaga de garagem, playground e academia.
De tão entusiasmado com o programa, em 2016 Mendes foi trabalhar como corretor imobiliário, vendendo imóveis voltados para o MCMV. Segundo ele, há muitas pessoas que ainda não sabem que podem realizar o sonho da casa própria mesmo tendo uma renda reduzida.
André Barros, presidente da imobiliária Morar Mais — que atua há dez anos no segmento — concorda:
— Inicialmente, as pessoas não nos procuram. As empresas que trabalham com MCMV têm que ir atrás dos clientes para mostrar que eles podem comprar um imóvel, mesmo ganhando menos de R$ 2 mil.
O vendedor Flávio Gomes, de 48 anos, foi sorteado pela Secretaria Estadual de Habitação em 2014 e conseguiu deixar um aluguel de R$ 1 mil mensais, em Vila Isabel, para ter um imóvel próprio no Estácio, pagando prestações de R$ 63. Por ter comprado pela faixa 1 do MCMV, ele não pode vender, alugar nem sublocar o apartamento por dez anos — uma exigência do programa.
A professora aposentada Maria da Penha Andrade, de 60 anos, comprou o primeiro imóvel com escritura pela incorporadora RioOito, em Corrêas, Petrópolis, por meio do programa do MCMV:
— Eu e meu marido morávamos em um local sem recursos e longe do comércio. Para mim, que tenho problema no joelho, era difícil. Agora, há comércio em volta, a construtora manteve a área verde, e tenho acesso a coisas que nunca imaginei na vida: piscina, campo de futebol, área gourmet e salão de festa.
O casal recebeu as chaves em dezembro do ano passado. Por mês, pagam R$ 1.800, porque financiaram um imóvel no valor de R$ 170 mil, pela faixa 2, em 11 anos.
No ano passado, a vida mudou completamente para o jornalista Samuel Ricardo Santos, de 34 anos. Apesar de ter comprado seu apartamento pelo “Minha casa, minha vida” em 2015, foi em 2018 que o imóvel em Campo Grande ficou pronto. Só então, conseguiu sair da casa da mãe para morar com a namorada e o bebê do casal. Para ele, esse é o primeiro degrau para conquistar outros objetivos:
— O condomínio é maravilhoso, tem área de lazer, e eu pago uma prestação de R$ 700. Equivale ao valor de um aluguel, só que é meu!
Foi depois que a filha nasceu, há mais de um ano, que a auxiliar financeira Nathália Airam, de 34 anos, decidiu comprar um imóvel:
— Achava que precisaria ter uma entrada grande, mas não foi necessário. Hoje pagamos parcelas de R$ 630, que vão diminuir com o tempo.
O empreendimento da Dc4, em Campo Grande, será entregue em 2021 e terá infraestrutura completa: piscina, quadra, parquinho, academia e van até os principais pontos do bairro.
O vendedor Plínio da Silva, de 40 anos, também comprou um apartamento em Campo Grande e ainda não se mudou. No seu caso, apesar de já ter recebido a moradia, ele continua morando com a mãe porque quer mobiliar o imóvel antes.
— Quando comprei, estava namorando e queria morar com a minha parceira. Terminamos, mas pretendo sair de casa mesmo assim. Já passou da hora, não é? — diz rindo.
Do Extra