Moro contradiz Bolsonaro e afirma não ter estabelecido nenhuma condição para assumir ministério
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira (13) que não estabeleceu nenhuma condição para aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para assumir um cargo em seu governo. Sem citar sua possível indicação para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), Moro disse que sua adesão ao governo ocorreu por conta de “uma convergência de pautas”.
“Não estabeleci nenhuma condição ao aceitar o convite”, disse Moro em palestra em Curitiba. “Quero trabalhar contra a corrupção, crime organizado e crime violento. Houve uma convergência de pautas [com o presidente].”
As declarações foram dadas um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado que o ex-juiz federal será indicado para ocupar uma vaga no STF assim que uma posição for aberta. A expectativa é que essa vaga surja com no ano que vem, quando o decano da Corte, ministro Celso de Mello, deve se aposentar.
Bolsonaro falou sobre a indicação de Moro ao STF em entrevista à rádio Bandeirantes. “A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com o Moro [de indicá-lo]”, disse Bolsonaro. “Fiz um compromisso com ele porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura.”
Moro participou nesta manhã de um congresso promovido pela Esmafe-PR (Escola de Magistratura Federal do Paraná) e pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais). No evento, Moro foi bastante aplaudido ao iniciar seu discurso.
Em sua palestra, ele também defendeu a permanência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sob seu comando, no Ministério da Justiça. Segundo ele, em 20 anos de existência, o Coaf teve sua importância negligenciado no Ministério da Fazenda, hoje Ministério da Economia.
Moro disse que, desde que o Coaf foi transferido ao Ministério da Justiça, o número de servidores já aumentou de 37 para 55. A expectativa é que chegue a 65.
Da FSP