Presente de pai para filho: Flávio e Eduardo Bolsonaro recebem do presidente a Ordem do Mérito da Marinha
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) condecorou dois de seus filhos, o senador Flávio (PSL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), com a Ordem do Mérito Naval, distinção entregue a personalidades civis ou militares que tenham prestado “serviços relevantes” à Marinha do Brasil.
Além deles, receberam a homenagem 15 ministros, sete governadores, outros dois senadores e 14 deputados e nomes como a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Thompson Flores e ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Todos eles foram agraciados com o título de “grande oficial” da ordem, em decreto assinado na última segunda-feira (20).
É a segunda vez, em menos de um mês, que Bolsonaro distribui distinções oficiais da República entre membros da própria família. No início do mês, Flávio e Eduardo foram condecorados com a comenda de Grande Oficial da Ordem de Rio Branco, oferecida pelo ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que “distingue serviços meritórios e virtudes cívicas” e estimula “a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”.
Na semana passada, veio a público decisão da Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) de autorizar a quebra de sigilo bancário e fiscal de Flávio, do seu ex-assessor Fabrício Queiroz e de outras 87 pessoas, suspeitas de participarem de esquema de desvio de salários de funcionários que trabalhavam para o filho do presidente, quando este ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras que Queiroz realizou movimentações financeiras atípicas que totalizam R$ 7 milhões, entre 2014 e 2017. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) Flávio mantinha uma “organização criminosa” dentro de seu gabinete, que possuía “clara divisão de tarefas” para desviar recursos públicos.
Já Eduardo tem insuflado nas redes sociais as manifestações convocadas pelo seu pai para o próximo domingo (26). Na pauta, além do apoio ao governo e à “reforma” da Previdência, os manifestantes também protestam contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
A convocatória tem dividido a base bolsonarista e a extrema-direita. Enquanto a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselman (PSL-SP), é contra as manifestações, o senador Major Olímpio (PSL-SP), líder do partido na Casa, apoia. O racha se repete entre diversos parlamentares do PSL. Até mesmo Jair Bolsonaro voltou atrás, e negou participar dos atos, vetando também seus ministros. O MBL também recusou a participar da convocatória e vem sendo chamado de “comunista” pelos radicais do governo.