Bolsonaro quer afrouxar ainda mais punições a motorista imprudente
Um dia depois de apresentar à Câmara um projeto de lei que sugere, entre outros, um aumento de 20 para 40 no limite de pontos para cassação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse hoje que, se a medida dependesse apenas dele, o limite seria ainda maior: 60 pontos.
Especialistas em engenharia de tráfego, segurança viária, medicina e direito do trânsito mostraram receio que as medidas, se aprovadas, resultem na elevação de acidentes fatais no país.
“Apresentamos um projeto para fazer com que a carteira nacional de habilitação passe a sua validade de 5 para 10 anos. Para que o caminhoneiro que transporta o que o Centro-Oeste produz não perca sua carteira com 20 pontos e sim com 40. Por mim, eu botaria 60”, afirmou o presidente.
A declaração foi dada nesta manhã em cerimônia do lançamento de projeto de revitalização do rio Araguaia, na cidade de Aragarças (GO). Ele acrescentou ainda que “a indústria da multa vai deixar de existir no Brasil”, repetindo uma promessa feita durante a campanha eleitoral.
Além do aumento no limite de pontos e a ampliação de 5 para 10 anos do prazo de validade da CNH, o projeto também propõe o fim da exigência de exame toxicológico para motoristas profissionais e retirada da multa para motoristas com crianças fora da cadeirinha — neste caso, eles seriam apenas advertidos.
Ontem, Bolsonaro disse que acolheu sugestões do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de outros projetos que já tramitavam na Casa sobre o tema.
As mudanças propostas na CNH não entram em vigor imediatamente. O projeto recebido pela Mesa da Câmara será agora distribuído às comissões e, se for levado ao plenário, precisa ser aprovado por maioria simples (votos favoráveis de metade mais um entre os parlamentares presentes na sessão).
Do UOL