Em Paris, artistas estreiam peça de teatro para denunciar prisão política de Lula
Para marcar a campanha pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todo o mundo, será encenado na noite desta terça-feira (25) o espetáculo Abril-Abril/ Cartas a Lula no Teatro Monfort, em Paris, onde cerca de 40 artistas farão a leitura das cartas enviadas, por pessoas de diversas origens, ao ex-presidente Lula desde sua prisão, em 7 de abril de 2018.
Até maio deste ano, o Instituto Lula já contabilizava um total de 15 mil correspondências destinadas ao ex-presidente. Desse total, ao menos 70 delas foram selecionadas para retratar internacionalmente o atual momento político e social brasileiro, como explica o diretor de teatro Thomas Quillardet sobre a iniciativa feita em parceria com a historiadora Maud Chirio, e que contará com a participação de Chico Buarque, Renata Sorrah, Camila Pitanga, Antonio Pitanga, Jean Wyllys,Marcia Tiburi, entre outros artistas brasileiros e franceses.
“Minha preocupação era também dar informações ao público francês, então também escolhi as cartas com esse foco de explicar o que está acontecendo no Brasil”, afirma Quillardet em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. Com destaque para o papel das mulheres e mães brasileiras, o diretor de teatro da peça observa que a maioria das cartas, além de mostrarem a ligação da população com Lula, revelam o impacto das políticas mais à esquerda na vida dos brasileiros, que agora temem a sua descontinuidade.
“Muitas cartas foram escritas por pessoas pobres, que não tinham muitos direitos e contam como a vida delas foram transformadas com o Partido dos Trabalhadores. Há críticas, mas há também gratidão, é a palavra que vem do povo brasileiro ao Lula”, descreve Quillardet.
Com uma repercussão negativa no cenário internacional, em que diversas autoridades se manifestam sobre o que consideram como a “prisão política” do ex-presidente, o diretor da peça acrescenta que a recente divulgação das conversas do ex-juiz e atual ministro Sergio Moro, indicando o descumprimento do princípio de isonomia do judiciário, fez aumentar o clima de estranhamento. “Sinto que as pessoas notam que há uma coisa errada. Não entendem bem o porquê do que está acontecendo, o que está em jogo, mas sentem que há algo errado na democracia brasileira”, avalia.
Para denunciar esse processo, o Comitê Lula Livre fará ainda uma caravana pela liberdade do ex-presidente na Europa, em que visitarão a sede da Unesco e o Conselho da Europa, na França, além de percorrer o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o Conselho Mundial de Igrejas, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, na Suíça, e o Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Do PT